Quaresma: Bispo de Santarém sublinha jejum, oração e esmola como «grandes remédios» para a sociedade

São propostas que só fazem diferença se ajudarem a «vencer a ganância e a indiferença», realça D. José Traquina

Foto: Arlindo Homem

Santarém, 09 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Santarém diz que as propostas cristãs do “jejum, da oração e da esmola”, caraterísticas do tempo da Quaresma, são “grandes remédios” para os males que afetam a sociedade atual.

Numa mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. José Traquina salienta que o desafio do jejum coloca as pessoas “em comunhão com as multidões que no mundo sobrevivem apenas com uma refeição por dia”.

“O jejum deve corresponder a um desejo de conversão” e “só faz sentido” na medida em que “aproxima as pessoas de Deus e dos nossos semelhantes”, frisa o responsável católico.

D. José Traquina, que é o bispo responsável também pelo setor da Pastoral Social na Igreja Católica em Portugal, recorda que o jejum não implica apenas contenção na alimentação, “pode corresponder a uma renúncia traduzida em dádiva” aos outros.

É aqui que entra a questão da “esmola”, que tal como o jejum e a oração, “leva-nos a considerar as necessidades dos que são mais pobres, ajuda-nos a vencer a ganância e a indiferença”.

Este ano, a Diocese de Santarém vai destinar a sua renúncia quaresmal “ao Fundo de Partilha Diocesano” que é gerido pela Cáritas local.

“Quanto mais reforçado estiver o Fundo de Partilha, maior capacidade de resposta existirá para as situações de carência que nos aparecem nas paróquias”, salienta o bispo.

No ano passado, os donativos recolhidos durante o tempo de preparação para a Páscoa foram utilizados para “o apoio social” às populações mais carenciadas do Sudão do Sul, uma jovem nação africana mergulhada atualmente num clima de guerra civil.

Ao todo, mais de 21 mil euros foram enviados para aquele país, para projetos que estão a ser geridos pelos Missionários Combonianos.

Sobre a “oração”, D. José Traquina destaca ainda a importância desta “ferramenta” que ajuda a “ver melhor a verdade e os enganos da vida” e a perceber “a misericórdia de Deus”.

Para este tempo, o Papa Francisco exortou todas as dioceses do mundo a participarem na iniciativa “24 horas para o Senhor”, que pretende ser “um tempo privilegiado para a intimidade com o Senhor, para celebrar, fazer adoração eucarística, rezar em silêncio, e com possibilidade de celebrar o sacramento da Penitência”.

O bispo de Santarém convida “todos os párocos” a abraçarem esta iniciativa, nos dias 09 e 10 de março.

Na região, as “24 horas para o Senhor” vão ter lugar na igreja de Nossa Senhora da Piedade, com início previsto para 09 de março (uma sexta-feira) às 11h00, com a celebração de Eucaristia.

O responsável católico quer mobilizar também as comunidades para a “jornada especial de oração e jejum pela Paz”, que o Papa Francisco convocou para o dia 23 de fevereiro.

Um tempo em que os cristãos são chamados a ter particularmente em conta, nas suas intenções, “as populações da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul”, e a rezarem pelo fim da violência que dilacera estes dois países africanos.

JCP

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