Prisões: Cooperação e reinserção social são missão comum do Estado e da Igreja

«O trabalho dos voluntários e colaboradores da Pastoral Penitenciária transforma um não-lugar num lugar», afirmou Rómulo Mateus, novo diretor-geral da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais

Foto Agência ECCLESIA/LS, Rómulo Mateus, D. Joaquim Mentes, padre João Gonçalves

Fátima, 09 fev 2019 (Ecclesia) – O novo diretor-geral da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais saudou hoje, em Fátima, o trabalho feito pela Pastoral Penitenciária sublinhando os valores que transmitem, em ordem à construção de uma “sociedade digna e justa”.

“O trabalho dos voluntários e colaboradores da Pastoral Penitenciária transforma um não-lugar num lugar”, afirmou Rómulo Mateus.

“É fundamental que as prisões se abram à comunidade, que os reclusos mantenham contactos com os familiares, amigos e com as pessoas que, movidas por sentimentos de fraternidade, levem um pouco de calor humano aos reclusos, porque não é fácil viver em reclusão”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA.

“É um trabalho imprescindível. Na direção geral estamos infinitamente gratos à obra social e à Pastoral Penitenciária”, acrescentou.

“Os valores ajudam à construção de uma sociedade digna e justa onde a reinserção social se consolida. Lutaremos pela reinserção e fá-lo-emos 70×7”, afirmou o responsável, que participou no XIV Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, que decorre hoje, em Fátima.

O novo diretor-geral assumiu a sua presença como uma “oportunidade” de conhecimento entre quem deseja “reforçar a cooperação”, que é comum.

Rómulo Mateus assumiu a herança da Doutrina Social da Igreja, que “impele para a construção do bem comum”, e afirmou o dever de assegurar que “as penas sejam feitas em dignidade humana”.

“O nosso dever é amenizar o inferno”, disse.

O novo diretor-geral reconheceu o “esquecimento, em tantas situações, do estatuto jurídico do preso,  mas afirmou o “quadro de respeito, com a certeza de que este é um caminho que não tem fim: há muito a fazer pelos direitos e garantias”.

“O dever de punir incide no dever de reinserir”, recordou o responsável que lembrou a importância da “cooperação com a comunidade”.

“Este vosso apoio é a oportunidade para ajudar a reinserção”, enalteceu Rómulo Mateus.

A “mola” da reinserção que Rómulo Mateus afirmou foi também sublinhada pelo padre João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral penitenciária, ao afirmar que as ações dos voluntários e colaboradores deste setor da Igreja Católica visa o regresso à sociedade.

“Tudo o que é feito no espaço da prisão é para que a pessoa volte à sociedade e que aqueles que fizeram a experiência amarga das prisões não voltem a reincidir”.

Partilhar a missão para que “todos, mesmos os irmãos em reclusão, se sintam chamados a levar a libertação aos cativos”, é o desejo do responsável nacional.

“Estamos de mãos dadas para que tornemos as prisões locais de reinserção. Somos missionários da paz e do bem. Aos presos queremos dar palavras de liberdade”, afirmou o padre João Gonçalvesm, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, um organismo da Conferência Episcopal Portuguesa.

LS

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