Portugal: Rede Europeia Anti-Pobreza destaca «desafio de caráter estrutural»

Organização promove Fórum Nacional de Combate à Pobreza e/ou Exclusão Social

Porto, 17 out 2017 (Ecclesia) – A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN Portugal) afirma que é necessário “um modelo social baseado numa escala de valores de carácter humanista” onde “não se mercantilize a existência das pessoas”, na mensagem para o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a EAPN Portugal defende a “participação como condição para a inclusão social” e explica que a participação das pessoas em situação de pobreza e exclusão social “é não só um objetivo” mas a sua “metodologia de trabalho” como acontece nos Conselhos Locais de Cidadãos que são espaços privilegiados para o desenvolvimento de “massa crítica”.

Entre hoje e quarta-feira, a organização promove o ‘IX Fórum Nacional de Combate à Pobreza e/ou Exclusão Social’, em Lisboa.

Esta tarde realizam três visitas institucionais a projetos de intervenção social no Bairro da Mouraria, a partir das 15h00, e à noite uma Vigília pela Erradicação da Pobreza, a partir das 21h30, no Campo Pequeno, em parceria com a Associação ANIMAR, a Amnistia Internacional, a Comissão de Freguesias da Estrela e a AMI.

Esta quarta-feira, realiza-se o seminário sobre ‘a participação como condição para a Inclusão Social’, a partir das 10h00, no Hotel 3K Barcelona, em Lisboa.

“[A organização] tem reforçado a visibilidade da sua ação, desenvolvendo um conjunto de iniciativas para que a data seja de facto um marco na luta contra a pobreza e a exclusão social em Portugal”, explica o presidente da EAPN Portugal.

O padre Jardim Moreira assinala que, em paralelo, pretendem que se promova a participação de todos os atores da sociedade civil no combate à pobreza e exclusão, sobretudo, “daqueles que se encontram numa situação de desfavorecimento social”.

A EAPN Portugal também publicou uma mensagem pelo Dia Internacional da Erradicação da Pobreza onde considera que a pobreza e a exclusão social em Portugal e na Europa permanece um “desafio de caráter estrutural” e “exige” uma visão global e integral, em detrimento de medidas pontuais, parcelares ou setoriais

No documento enviado à Agência ECCLESIA, refere que uma estratégia de erradicação da pobreza e exclusão social requer “políticas económicas e fiscais mais justas e redistributivas” “para além de políticas sociais mais generosas e uma “atuação ao nível do sistema educativo”.

A organização observa que para que se verifique uma “alteração substancial nos números da pobreza” é necessário um compromisso por parte da sociedade civil, para além da responsabilidade do Governo e das políticas públicas nacionais e europeias.

“Em especial das organizações da economia social, no sentido de focarem a sua intervenção nas causas da pobreza e não só nas suas consequências, substituindo uma lógica puramente assistencialista por uma ação focalizada na definição e implementação de políticas tendo por base a direta participação das pessoas destinatárias dessas mesmas políticas”, desenvolve ainda a EAPN Portugal.

CB

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