Portugal: Institutos Religiosos desafiados a envolver-se mais na JMJ Lisboa 2023

«Pode ser um espaço onde a vida consagrada apareça na diversidade e na riqueza dos seus carismas» – Irmã Maria da Graça Guedes

Foto: JMJ 2023

Fátima, 16 nov 2022 (Ecclesia) – A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) realizou a 14 e 15 de novembro uma assembleia, em Fátima, na qual que apelou a maior envolvimento de todos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

“A vida religiosa está numa fase de mais redução dos seus membros. Penso que esta Jornada Mundial da Juventude pode ser um espaço onde a vida consagrada apareça na diversidade e na riqueza dos seus carismas. Embora sejamos menos do que aqueles que desejaríamos ser, continuamos a ser uma presença viva e ativa”, disse a presidente da CIRP à Agência ECCLESIA.

A irmã Maria da Graça Guedes acrescentou que os Institutos Religiosos pensam “chegar a tantos jovens, através da missão”, e vão estar presentes e viver “este acontecimento como momento de graça” para todos, para as congregações, para os jovens, para toda a Igreja, “e para o mundo em geral”.

Lisboa foi a diocese escolhida para acolher a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Lisboa) que se vai realizar de 1 a 6 de agosto de 2023, depois de ter sido adiada por ano devido à pandemia Covid-19.

O padre Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), foi um dos convidados desta assembleia da CIRP e reforçou o apelo e o convite a que todos possam ser “colaboradores e cooperadores daquilo que é esta grande missão da Jornada, daquilo que diz respeito aos ‘Dias nas Dioceses’.

“A grande maioria das congregações estão nas paróquias e nesses contextos podem ser uma ajuda para acolher os peregrinos, mas também envolver as próprias congregações, que estejam presentes nas equipas paroquiais, ou nas vigararias ou arciprestados, ou diretamente com o que seja a estrutura dos COD”, explicou à Agência ECCLESIA.

“É uma grande oportunidade, todos precisamos uns dos outros”, acrescentou o sacerdote da Diocese de Coimbra, que é também o diretor da peregrinação dos dois símbolos da JMJ – a cruz e o ícone mariano – e dos ‘Dias nas Dioceses’, a semana anterior à Jornada de Lisboa, que vai ser vivida em 17 dioceses católicas de Portugal,

“Estamos todos focados na Jornada e é a jornada que devemos olhar, mas sabemos que temos peregrinos que vêm mais cedo e o facto de quererem conhecer as riquezas culturais e religiosas do nosso país, as congregações são um grande contributo a podermos ajudar, a acolher, a acompanhar para depois viverem algo tão importante que é a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa”, desenvolveu o padre Filipe Diniz.

A presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal assume que gostou “muito” do repto lançado esta terça-feira e considera que, “a partir de agora, as congregações e os superiores maiores terão em conta disponibilizar alguns dos seus membros”.

A irmã Maria da Graça Guedes, da Congregação das Religiosas do Amor de Deus, acrescenta que como qualquer família convidada, também os institutos religiosos são “todos convidados a acolher, e isso é o primeiro passo”, e se têm casas com condições para acolher os jovens devem “abrir as portas”, e é isso que vão fazer, respondendo ao “apelo que foi lançado”, como na zona de Lisboa onde “muitas congregações têm casas, até com bastantes lugares, e muitas desocupadas”.

Segundo a presidente da CIRP, a JMJ 2023 pode ser uma forma de os institutos rejuvenescerem as suas pastorais juvenis e estão “a fazer esse caminho” de dinamizar os jovens: “Com esta indicação, na medida em que nos damos a conhecer aparecemos, e, por isso, também estaremos presentes nas feiras vocacionais que vão existir”.

LS/CB/OC

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