Portugal: Igreja Católica procura alternativas e soluções «equilibradas», com novas orientações para a Catequese em tempo de pandemia

Responsável da Diocese de Leiria-Fátima diz que é preciso «não cair nos extremos de cortar tudo» ou «fazer de conta que não aconteceu nada»

Leiria, 18 jul 2020 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado de Educação Cristã da Diocese de Leria-Fátima disse à Agência ECCLESIA que o novo documento nacional com ‘Orientações para a Catequese em tempo de Pandemia’ quer “ajudar a pensar e a encontrar soluções e alternativas” no próximo ano pastoral.

“Diante daquilo que é a circunstância atual, o documento procura ajudar a tentar ter uma visão equilibrada sobre a problemática e não cair nos extremos de cortar tudo e não haver nenhuma oferta catequética nas paróquias; por outro lado, o extremo seria fazer de conta que não aconteceu nada”, referiu o padre José Henrique.

O especialista explica que as dioceses, paróquias e agentes pastorais da catequese encontram no documento do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC) “possibilidades alternativas” para aplicar no seu contexto específico, mais do que “indicações precisas no sentido de como têm de fazer.

As ‘Orientações para a Catequese em tempo de Pandemia’ chamam a atenção para questões consideradas “essenciais”, concretamente “tudo o que diz respeito ao cumprimento das regras” que são enviadas pela DGS (Direção Geral de Saúde) e pela Conferência Episcopal Portuguesa sobre a Covid-19.

Tem a ver depois com coisas práticas, no sentido de perceber os espaços que cada paróquia tem disponíveis; os grupos, tendo em conta os espaços que têm; as pessoas que precisa de ter para poder avançar com a catequese; alternativas que possa haver catequeses presenciais, com grupos eventualmente mais pequenos ou grupos reduzidos e outras alternativas, em que se possa conjugar a questão presencial com o tempo online”.

O diretor do Secretariado de Educação Cristã da Diocese de Leria-Fátima destaca que o “envolvimento das famílias” e as possibilidades de “ter catequeses familiares, escola paroquial de pais ou outras soluções que possam envolver as famílias”.

“Esta poderá ser uma oportunidade para perceber o papel dos adultos na catequese e na vivência das comunidades cristãs e na transmissão da fé”, acrescentou.

O sacerdote salienta o “papel fundamental” dos adultos na caminhada “de fé dos seus educandos, dos seus filhos”, referindo que são aqueles que “em primeiro lugar podem ajudar as crianças e os adolescentes a fazer o seu caminho de fé, mesmo com as sua dificuldades, mesmo com as suas incertezas”.

A organização do ano catequético 2020/2021 tem três capítulos principais: indicações gerais para a catequese; a celebração da fé – preparação e celebração da Primeira Comunhão, da Profissão de Fé e da Confirmação (Crisma); e indicações fundamentais de logística.

Temos todas as restrições relativas às celebrações, portanto, todas celebrações catequéticas têm de ser inseridas nesse contexto”, explica o padre José Henrique.

O especialista salienta que a parte celebrativa e de festa também está “algo condicionada”, mas traz a questão de “uma vivência mais pessoal e mais personalizada”.

O SNEC informa que o novo documento ‘Orientações para a Catequese em tempo de Pandemia’ contou com os contributos dos secretariados da catequese da Diocese de Leiria-Fátima e do Patriarcado de Lisboa.

A caminhada catequética realiza-se ao longo de 10 anos, muitas vezes comparada com o percurso escolar, e o diretor do Secretariado de Educação Cristã da Diocese de Leria-Fátima afirma que “esta circunstância concreta” faz pensar na “necessidade de não deixar que a catequese se torne apenas a transmissão de uns conteúdos” e indica “toda a dimensão da participação, da vivência, do envolvimento, da participação comunitária”.

CB/OC

Covid-19: Igreja em Portugal publica indicações para a catequese no contexto da pandemia

 

 

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