Portugal/Ensino: Ranking «não é, obrigatoriamente, uma sinalização da qualidade de uns em detrimento de outros», assinala presidente da Associação das Escolas Católicas

«São reconhecimentos de uma qualidade pedagógica, que de uma forma geral, é levada a cabo pelos diferentes estabelecimentos de ensino» – Fernando Magalhães

Fátima, 12 jul 2024 (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC)  disse que os “rankings” divulgados hoje reconhecem a “qualidade pedagógica” das instituições. mas sublinha que a avaliação implica outros fatores.

“É sempre um momento de grande alegria e, fundamentalmente, de reconhecimento daqueles que se colocam em lugar destaque, mas não é uma sinalização, obrigatoriamente, da qualidade de uns em detrimento de noutros”, disse o diácono Fernando Magalhães, à Agência ECCLESIA.

O presidente da direção da APEC reala que há “vários rankings”, o que faz com que, “em função dos critérios com que foram elaborados, possam diferentes escolas estar situadas em diferentes posições”, algo que aconteceu, “mais uma vez, este ano”.

“O que é relevante, no meio de tudo isto, é que pode concorrer, e concorre, para a boa motivação e para premiar os diferentes estabelecimentos de ensino a encimar os rankings, mas, acima de tudo, são reconhecimentos de uma qualidade pedagógica, que de uma forma geral, é levada a cabo pelos diferentes estabelecimentos de ensino, independentemente da sua diversidade constitutiva”, desenvolveu.

Neste sentido, o diácono Fernando Magalhães lembra que há estabelecimentos de ensino que têm uma “realidade constitutiva de alunos de um determinado modo, com umas geografias ou condições socioeconómicas familiares”.

O entrevistado acrescenta que não veem a “necessidade do ranking”, mas realça que têm todos necessidade de avaliação, assumindo a importância de “uma leitura comparada dos resultados”, fundamentalmente para os Estabelecimentos de Ensino perceberem quais “as boas práticas que conduziram a determinadas situações”.

“Não estou a dizer, de modo absoluto, que não se deve valorizar uma avaliação das práticas, uma comparação de boas práticas, uma partilha. De facto, como ranking em si, acho que deve ser claramente desmistificado, até os números das comunidades parentais, dos pais das nossas comunidades educativas, porque senão gera-se uma noção completamente contrária àquela que os rankings poderão honestamente transmitir”, desenvolveu o também diretor do Externato Frei Luís de Sousa (EFLS), da Diocese de Setúbal, em Almada.

O Governo português informou que vai apresentar, ainda este mês, um novo modelo de avaliação externa para o Ensino Básico e Secundário, que foi discutido, esta quinta-feira, na reunião do Conselho de Ministros.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

“Desde há muito tempo que o setor vem tentando isso, é muito importante que, quando se sustenta a alteração de práticas educativas, de metodologias, das formas didáticas, se perceba também como é que as aprendizagens depois, externamente, vão ser avaliadas”, explica o presidente da direção da APEC.

Com o horizonte já no próximo ano letivo, de 2024/2025, a Associação Portuguesa das Escolas Católicas tem vindo a convidar as escolas a, “cada vez mais, aprofundarem esta identidade da Escola Católica, e, no contexto dos 25 anos da associação, que se comemoram este ano, “será uma ocasião muito especial para não só o celebrar como reforçar esta necessidade da identidade”.

No início do novo ano letivo, a APEC vai realizar o II Congresso Nacional da Escola Católica, subordinado ao tema ‘Identidade e impacto no mundo global’.

“Queremos pensar esta nossa identidade no mundo onde nos inserimos. Não a abafando, não a tornando também bandeira em cima de um cume solitária, mas esta identidade nossa da Escola Católica, da qual não prescindimos, como o riqueza também a oferecer no sistema educativo e no mundo”, concluiu o diácono Fernando Magalhães, presidente da direção da APEC.

CB/OC

 

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