Portugal: D. Nuno Brás defende regionalização, no primeiro aniversário da sua nomeação para bispo do Funchal

Nomeado para a diocese insular no dia 12 de janeiro de 2019, a sua presença na Madeira tem sido marcada pela proximidade, que pretende consolidar com o lançamento de um jornal diocesano

Foto: Jornal da Madeira

Funchal, 11 jan 2020 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou em declarações à Agência ECCLESIA que a proximidade “faz parte” da sua maneira de ser bispo, anunciou o lançamento de um jornal diocesano e disse que a regionalização “é claramente um bem”.

Para D. Nuno Brás, a regionalização permitiu aos madeirenses “um conjunto de benfeitorias que de outra forma seria sempre difícil” e poderá ser uma “oportunidade” para as regiões do continente.

“Eu fui decididamente contrário à regionalização, quando foi o referendo. Neste momento interrogo-me se a regionalização não seria a oportunidade que as regiões do interior do continente poderiam agarrar para um desenvolvimento e para a resolução de problemas que objetivamente têm”, disse em entrevista à Agência ECCLESIA.

O bispo do Funchal considera que a regionalização “foi a forma que os madeirenses encontraram para reivindicar diante do governo nacional um aumento do seu nível de vida, um conjunto de benfeitorias que de outra forma seria sempre difícil”.

“A regionalização, no caso concreto da Madeira, fez com que houvesse desenvolvimento, melhoria de vida, com que os madeirenses tomassem consciência da sua própria identidade – com algum orgulho, devo dizer – da sua especificidade e daquilo que eles podem dar ao todo de Portugal”, acrescentou.

A respeito do acolhimento na Diocese do Funchal, D. Nuno Brás disse que essa dimensão “faz parte” do “ser madeirense” e da maneira de “ser bispo”.

“Um bispo tem de estar onde estão as pessoas, é para toda a gente e tem de estar próximo das pessoas”, sublinhou.

Questionado sobre a resolução de problemas que marcaram a Diocese do Funchal nos últimos anos, D. Nuno Brás disse que a mudança de bispo diocesano pode ser entendida como uma mudança de treinador e é “uma oportunidade para resolver alguns problemas”.

“Concretamente o caso do padre Martins Júnior, foi também da parte dele querer resolver o problema e manifestar-se muito aberto à solução do problema. Devo dizer também que, por parte dos vários conselhos que foram consultados, gerou-se uma grande unanimidade e a solução surgiu com uma certa facilidade”, clarificou.

Na entrevista à Agência ECCLESIA por ocasião do primeiro aniversário da noemação para bispo do Funchal, D. Nuno Brás disse que a diocese tem em curso a concretização de um projeto para acolher as pessoas em situação de sem-abrigo, em parceria comos Irmãos de São João de Deus e a Câmara Municipal do Funchal, e anunciou o lançamento de um semanário diocesano.

“Tratar-se-á de uma folha, com quatro ou oito páginas, que apresente as notícias da diocese, da Igreja em Portugal e no mundo, que será distribuída online aos párocos e se encarregam depois de reproduzir e colocar à disposição dos paroquianos”, informou.

Para D. Nuno Brás, é necessário fazer chegar as notícias eclesiais a quem não tem acesso à internet e apostar também na informação aos turistas que visitam as ilhas da Madeira e Porto Santo.

O bispo do Funchal disse que é necessário “desbravar terreno” para encontrar novas metodologias de acolhimento aos turistas, nomeadamente os que passam pouco mais de 24 horas na região onde chegam nos cruzeiros, sugerindo roteiros com informações sobre os templos e aplicações digitais com a possibilidade de consultar a liturgia nas várias línguas.

Natural do Vimeiro, no Concelho da Lourinhã, onde nasceu a 12 de maio de 1963, D. Nuno Brás foi nomeado bispo do Funchal no dia 12 de janeiro de 2019; ordenado sacerdote no dia 4 de julho de 1987, foi bispo auxiliar de Lisboa entre outubro de 2011 e a nomeação para o Arquipélago da Madeira.

Ao longo das últimas décadas, D. Nuno Brás destacou-se também enquanto formador e depois reitor no Seminário dos Olivais; como membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Igreja Católica em Portugal, e como membro da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé.

Desde março de 2018  é também coordenador da secção das Comunicações Sociais da Comissão para Evangelização e Cultura, um organismo integrado no Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

PR

Entrevista: «A proximidade é uma maneira de ser bispo» – D- Nuno Brás

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