Portugal: Banco Alimentar dinamiza nova campanha e apela «à solidariedade de todos os portugueses»

«Queremos incentivar à participação numa altura em que cada vez mais famílias enfrentam dificuldades, em resultado da inflação» – Isabel Jonet

Lisboa, 01 dez 2023 (Ecclesia) – O Banco Alimentar Contra a Fome vai realizar uma recolha de alimentos, com o mote ‘a sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família’, entre esta sexta-feira e domingo, de 1 a 3 de dezembro.

“Com esta campanha, queremos apelar à solidariedade de todos os portugueses e incentivar à participação numa altura em que cada vez mais famílias enfrentam dificuldades, em resultado da inflação e, sobretudo, do grande aumento das taxas de juro dos créditos à habitação”, explica a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Isabel Jonet lembra que os dados do INE, revelados recentemente, apontam um “agravamento da taxa de pobreza, com 17% da população em risco de pobreza” e a quem a solidariedade “pode trazer algum conforto e esperança”.

‘A sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família’ é o mote da campanha que o Banco Alimentar Contra a Fome vai realizar no início do próximo mês, entre 1 e 3 de dezembro, Isabel Jonet destaca que vão ser três dias de “trabalho intenso, justificado pela necessidade de tantas famílias que procuram este apoio alimentar”.

A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome recorda que, no ano passado, os 21 Bancos Alimentares em atividade entregaram “28.905 toneladas de alimentos, que achegaram a “395 mil pessoas com carências comprovadas”, através de 2500 instituições sociais.

“Este ano, temos visto os pedidos de ajuda aumentar, pelo que todo o apoio, quer da nossa grande equipa de voluntários quer de todos os portugueses que contribuem com doações, pode realmente fazer a diferença para que estas famílias tenham alimento à mesa, não só no Natal, mas todos os dias”, sublinhou Isabel Jonet.

Também a presidente do Banco Alimentar do Porto salientou que “num momento desafiante para Portugal (e, infelizmente, para o mundo), a campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar do Porto necessita, mais do que nunca, de uma expressão poderosa da solidariedade dos portugueses e portuenses”.

“Com a crescente inflação é necessário reconhecer a importância vital de apoiar aqueles que enfrentam maiores dificuldades, mas é importante perceber, também, que esta campanha não fortalece apenas as despensas comunitárias”, referiu Bárbara Barros, em nota à Agência ECCLESIA.

Para esta recolha de alimentos anual, entre sexta-feira e domingo, o Banco Alimentar Contra a Fome conta com a ajuda de 40 mil voluntários que vão estar “em mais de 2000 superfícies comerciais de norte a sul do país a convidar à participação”.

Qualquer pessoa pode participar e doar produtos, “de preferência não perecíveis (como arroz, azeite, conservas, massa, leite, açúcar ou farinha)”, aceitando um saco do Banco Alimentar e entregando-o aos voluntários à saída,

O Banco Alimentar Contra a Fome destaca que para além da doação de produtos aos voluntários e da campanha online – em www.alimentestaideia.pt –, existam também a possibilidade de “contribuir com vales disponíveis nas caixas dos supermercados”, cada um tem um código de barras específico de produtos.

Na região do Algarve a campanha de recolha de alimentos, com voluntários, já se realizou, e esta ajuda solidária “só revestirá o formato de vales”.

O Banco Alimentar foi criado em Portugal em 1991 com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio a quem mais precisa, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário; existem 21 Bancos Alimentares: Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu.

LFS/CB

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