Portugal: Aprovação da eutanásia dá «mais sentido» à Semana da Vida

«Levanta-te! A tua vida é um dom», é o tema desta semana promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa

Lisboa, 19 mai 2023 (Ecclesia) – O padre Francisco Ruivo, assistente do Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF), disse hoje que após a aprovação da lei da Eutanásia a ‘Semana da Vida’ 2023, que termina domingo, “tem muito mais força, muito mais sentido”.

“Sentido de alerta muito maior, a nossa cultura, a nossa história, e a nossa sociedade ficou mais pobre, não tenhamos dúvida”, afirmou o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.

Esta terça-feira, o presidente da República promulgou o Decreto n.º 43/XV do Parlamento sobre a morte medicamente assistida, aprovado por maioria dos deputados no dia 12, depois de, em abril, Marcelo Rebelo de Sousa o ter devolvido ao Parlamento; o decreto estabelece que a eutanásia só pode acontecer se o suicídio assistido for impossível por incapacidade física do doente.

“Com a aprovação desta lei, a Semana da Vida tem ainda muito mais força, muito mais sentido”, realçou o padre Francisco Ruivo.

‘Levanta-te! A tua vida é um dom’, é o tema da Semana da Vida 2023, iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, promovida através do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, e que termina este domingo, dia 21 de maio.

O assistente nacional do DNPF explicou que o “imperativo” ‘levanta-te’, que colocaram no tema desta semana, está ligado à Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que se realiza de 1 a 6 de agosto, mas já vem desde o Antigo Testamento, “é uma expressão dirigida aos profetas”, e significa que cada família, cada cristão, “tem que viver sempre nesta dimensão de sair do comodismo”, e pôr-se a caminho, fazer “a grande viagem da vida”.

“Por outro lado, na medida em que nos levantamos e nos pomos a caminho, fazemos da nossa vida um dom, estar ao serviço do próximo”, acrescentou, e indicou que o Departamento da Pastoral Familiar divulgou também propostas de atividades “muito centradas na vida da comunidade, a grande família do povo de Deus”, nomeadamente a oração do terço para ser rezado em família ou comunidade, e atividades onde as famílias podem “encontrar-se e sentirem-se desfiadas à missão”.

“A missão é algo que se constrói, e torna-se interpelação a muitos que possam estar indiferentes, estar à margem daquilo que é o rumo, a meta. A vida é um caminho permanente que se vai construindo com avanços e com recuos, o objetivo é que não fique centrado só em nós”, salientou o sacerdote da Diocese de Santarém.

O mandato da atual equipa do Departamento Nacional da Pastoral da Família está a terminar, a “primeira grande preocupação”, que se mantém atual, foi “a proximidade com todos os secretariados diocesanos” e que em cada diocese “existisse um Secretariado da Pastoral da Família”, o que não foi possível.

Segundo o padre Francisco Ruivo, outro aspeto importante foi “o contacto e a proximidade com todos os movimentos da espiritualidade familiar”, e termina com a proposta de se realizar, “de dois em dois anos, alternadamente com as Jornadas da Juventude, um encontro nacional das famílias”, e a importância de irem ao encontro das “outras realidades familiares” para além das “famílias estruturadas”.

A ‘Semana da Vida 2023’ termina este domingo, quando a Igreja Católica celebra o seu Dia Mundial das Comunicações Sociais com o tema ‘Falar com o coração: Testemunhando a verdade no amor’, e o padre Francisco Ruivo recorda que “a Igreja toda é comunicadora”.

“Somos enviados, convidados a anunciar, a proclamar, a divulgar, a dar a conhecer. É sempre comunicação”, desenvolveu no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2, onde o sacerdote comentou a liturgia do próximo domingo, Solenidade da Ascensão do Senhor em Portugal.

PR/OC

 

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