Presidente francês assume objetivo de concluir obras em cinco anos, arcebispo fala em catedral «viva», apesar dos danos
Paris, 15 abr 2020 (Ecclesia) – O primeiro aniversário do incêndio que atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris, acontece hoje, num momento em que as obras de reconstrução se encontram paradas, por causa da pandemia de Covid-19.
Num vídeo divulgado para assinalar a data, o presidente francês assumiu o compromisso de ter as obras de restauro concluídas em “cinco anos”, num trabalho que vai recomeçar “assim que possível”, após o final das medidas de isolamento social.
Emmanuel Macron agradeceu a todos os que fizeram donativos, aos que salvaram a catedral durante o incêndio e aos que projetam a reconstrução.
Na Sexta-feira Santa, o arcebispo de Paris, D. Michel Aupetit presidiu a um momento de oração diante das relíquias da coroa de espinhos, salvas do incêndio.
O responsável católico disse hoje que o mais importante não é assinalar aniversários, mas mostrar que a catedral “está viva”.
Em Portugal, D. Manuel Linda, bispo do Porto, assinalou a data com uma mensagem na sua conta da rede social Twitter: “Todos nos sensibilizamos e muitos choraram. Com a queda do pináculo parecia que caía a própria catedral, a fé e alma da Europa. Mas não. Tudo se há de erguer. Tal como o Ressuscitado Se ergueu do túmulo”.
A construção da catedral, de estilo gótico, teve início em 1163 e foi concluída em 1345; no século XIX foi restaurada pelo arquiteto Viollet-le-Duc.
A Catedral de Notre-Dame é propriedade do Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu uso é atribuído à Igreja Católica.
Apesar de alguns incidentes, ao longo dos séculos, este foi o maior incêndio a atingir o edifício, património mundial da humanidade, que foi poupado durante as duas guerras mundiais.
O teto da catedral, que desabou no fogo, datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em madeira de carvalho.
OC