O “pai da mentira”

Joaquim Mexia Alves, Diocese de Leira-Fátima

Joaquim Mexia Alves

«Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus». Mc 1, 24

Ao ler o Evangelho de hoje, (9 de Janeiro), foi-me despertada a atenção para este versículo.

Não sou “obcecado” pelo diabo, antes pelo contrário, julgo que lhe dou a devida importância, mas tendo sempre em mim a certeza de que ele já foi vencido por Cristo e, como tal, devo estar sempre em comunhão com Cristo, estando sempre vigilante, deixando-me guiar pelo Espírito Santo, que sempre me dá e dará a força e sensatez necessária para resistir ao mal, assim eu queira.

Mas este versículo ficou no meu coração e no meu pensamento por o sentir nestes momentos que vivemos no mundo, na sociedade, muito mais como uma pergunta feita pelo mundo, pela humanidade, que se deixa iludir por falsas promessas de bem e prosperidade pelo “pai da mentira” que a todos quer perder e, portanto, não quer ser “incomodada” com a Verdade.

As guerras sucedem-se, o aborto é um genocídio de milhões de vidas inocentes, a confusão dos ditos géneros humanos, a desigualdade entre os homens social e materialmente, a falta de valores, enfim, todo um mundo de coisas e atitudes que tornam o Homem cada vez mais frágil e preso das garras do inimigo.

E por isso esta pergunta faz todo o sentido na visão do mal, do “pai da mentira”, pois ele sabe bem que só em Cristo, por Cristo e com Cristo a humanidade pode encontrar o caminho da salvação e da felicidade.

Por isso e cada vez mais a Igreja precisa de ser unida, precisa de se deixar guiar pelo Espírito Santo e não “dar ouvidos” ao “pai da mentira”, porque só uma Igreja unida no amor de Deus pode conduzir a humanidade ao encontro de e com Deus.

O “pai da mentira” sabe bem que já foi vencido, mas por isso mesmo continua a fazer esta pergunta e nós devemos “responder-lhe” com as nossas orações, com a nossa vivência diária da fé, na Eucaristia e nos Sacramentos, com a nossa contínua vigilância, com a nossa persistência, com a nossa entrega uns aos outros no amor de Deus que nos une em Igreja.

E se assim fizermos também saberemos que a resposta de Jesus será: «Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem».» Mc 1, 25

Joaquim Mexia Alves

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