Natal: Reis magos encarnam «culturas diferentes» e expressões de «busca da verdade por caminhos diversos»

Arcebispo de Évora considera que solenidade da Epifania é uma “eloquente cátedra” com propostas e desafios de “tolerância, respeito e valorização da diferença”

Foto: Arquidiocese de Évora

Évora, 08 jan 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, disse na homilia da solenidade da Epifania do Senhor, este domingo, que os reis magos encarnam as “culturas diferentes” e expressões de “busca da verdade por caminhos diversos”.

“Se na Solenidade do Natal a Luz de Belém brilhou para os de casa, os pastores das campinas de Belém, inseridos na cultura em que o Verbo de Deus encarnou, na Solenidade da Epifania a Luz de Belém interpela os de longe, os de fora, os mais distantes”, referiu, na homilia da celebração a que presidiu, na catedral diocesana.

O responsável católico referiu-se à Epifania como “a revelação do rosto misericordioso e compassivo de Deus a toda a humanidade”.

Os magos são aqueles que encarnam “todas as culturas diferentes” acrescentando que “a astrologia dos magos descobriu uma estrela diferente que os levou à revelação inimaginável de um Deus humanizado na Luz de Belém, celeiro do pão nas sendas da paz”, acentuou o arcebispo de Évora.

“Celebrar a Epifania é comprometer-se com a revelação da beleza de Deus entre os de mais longe, entre todas as periferias existenciais e sociais. Periferias que podem marcar diferenças culturais, ideológicas, estéticas, morais e espirituais”, apontou.

A solenidade da Epifania é uma “eloquente cátedra” com propostas e desafios de “tolerância, respeito, valorização da diferença enquanto riqueza humana e complementaridade cultural e social”.

“Só pela valorização dos talentos e das diferenças do outro se pode chegar à paz e à harmonia da convivência humana e fraterna””, sublinhou.

No contexto do interior sul ribatejano e centro alentejano surge “a real necessidade da renovação da mão-de-obra para tantos serviços que já não encontram resposta no tecido social atual”.

Receber os imigrantes “não é um favor, mas uma necessidade urgente para muitas das tarefas que já não encontram resposta nas populações locais”, referiu o Arcebispo de Évora.

A Eucaristia foi animada liturgicamente pelos Arautos do Evangelho.

A Epifania, palavra de origem grega que significa ‘brilho’ ou ‘manifestação’, celebra-se sempre a 6 de janeiro nos países em que é feriado civil; nos outros países, assinala-se no segundo domingo depois do Natal, como acontece em Portugal, este ano, a 7 de janeiro.

LFS

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