Moçambique: «Há muitas crianças e mulheres raptadas» pelos terroristas, denuncia missionário em Cabo Delgado

Organização Internacional para as Migrações alerta para aumento no número de deslocados

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 04 abr 2022 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou para os sequestros na província moçambicana de Cabo Delgado, no norte do país africano, alvo de ataques de grupos armados.

Uma religiosa católica presente no território refere ao secretariado português da AIS que se tem verificado “o rapto sistemático de pessoas que se encontram nas aldeias e nas machambas, principalmente mulheres e mães com suas próprias crianças”.

A fundação pontifícia destaca que esta é uma questão que preocupa as autoridades moçambicanas, que em março levaram a cabo uma ação de formação destinada aos meios operacionais da região norte do país.

Frei Boaventura, do Instituto da Fraternidade dos Pobres de Jesus, indicou à AIS que os insurgentes “levam as mulheres, levam as crianças que acabam por ser treinadas lá nesses lugares e acabam por ser doutrinadas também”.

A questão do rapto de rapazes, mas também de raparigas e mulheres como uma consequência da violência terrorista em Moçambique – que começou em 2017 e já provocou mais de três mil mortos e mais também de 850 mil deslocados – foi tema em destaque de um Relatório produzido a nível internacional pela Fundação AIS e divulgado no final de 2021.

Segundo o último relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de deslocados na província aumentou em 7% entre dezembro e fevereiro, chegando a 784 mil pessoas.

OC

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