Missões: Inculturação e humildade são condições essenciais para trabalho de desenvolvimento – padre Simão Pedro (c/vídeo)

Ciclo de conferências online e «Conversas Além-fronteiras», na Ecclesia, são propostas na celebração do outubro missionário

Lisboa, 29 set 2020 (Ecclesia) – O padre Simão Pedro, presidente dos Animadores Missionários dos Institutos Missionários Ad Gentes – ANIMAG, afirma que a humildade foi o primeiro ensinamento da sua missão em Moçambique onde, durante oito anos, ajudou a “salvar vidas”.

“A primeira dificuldade foi a tentação de querer ensinar, com 27 anos. Quando nos vamos inculturando, vamos percebendo a grande riqueza do povo e a primeira coisa que me ensinaram foi a humildade. Ser missionário é estar com…”, reconhece à Agência ECCLESIA.

Missionário da Consolata, o padre Simão Pedro recorda que desde os 11 anos sonhava partir em missão e viu esse desejo ser concretizado, depois de 18 anos de preparação.

“Depois de 18 anos em preparação para ser missionário, para encontrar novas culturas e desafios, quando cheguei a Moçambique pensei: ninguém me disse que era assim. A realidade é tão diferente da nossa”, indica.

Durante oito anos, o padre da Consolata permaneceu em Moçambique, dedicado a “salvar a vida de pessoas que de outro modo teriam falecido”.

Apesar das muitas diferenças que encontrou, o missionário da Consolata afirma o “desafio encorajador” que é partir para um local diferente.

“As dificuldades na economia, saúde e educação são grandes mas é uma grande oportunidade para por o Evangelho em prática. Nos países onde há falta de estruturas temos também esse papel de desenvolver escolas, hospitais, centros de apoio”, conta.

O presidente dos ANIMAG explica que o mês de outubro, que a Igreja católica dedica às missões há “54 anos”, tem por objetivo “lembrar” a “vocação inicial, de levar Jesus a todo o mundo”, este ano tendo a pandemia como contexto de celebração.

Durante o mês de outubro vai ter lugar, em formato digital, um ciclo de conferências missionárias dedicado ao tema “A falta que um rosto faz!”

“Neste momento de pandemia que vivemos, a tempestade que vivemos é inesperada e realmente estamos a sentir a falta e proximidade do rosto do outro. É uma oportunidade para repensar que sem o outro não fazemos sentido, deixamos de ter sentido. É em redação com o outro que ganhamos valor”, explica.

Esta iniciativa resulta de uma parceria dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) e dos ANIMAG (Animadores dos Institutos Missionários Ad Gentes), em colaboração com as Obras Missionárias Pontifícias (OMP).

O Guião Missionário 2020/2021 apresenta, nas suas sugestões, uma reflexão sobre economia e ecologia, a partir do pensamento do Papa.

“Pensar na origem do que consumimos diariamente, na relação com os companheiros de missão e comunidade que integramos, como integramos todo este estilo de vida nas atividades pastorais são algumas das dimensões a ter em conta, quando se quer experimentar vida e missão integradas”, pode ler-se.

A celebração do Dia Mundial das Missões acontece anualmente no terceiro domingo de outubro (18 de outubro, em 2020); os donativos recolhidos nas missas destinam-se a apoiar o trabalho das OMP.

Na sua mensagem para o 94.º Dia Mundial das Missões, o Papa assume que a pandemia de Covid-19 deve ser um “desafio também para a missão da Igreja”.

“Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida”, escreve Francisco, num texto com o título ‘Eis-me aqui, envia-me’.

A Agência ECCLESIA inicia esta quinta-feira as «Conversas Além-fronteiras», um espaço para conhecer testemunhos de missionários espalhados pelo mundo, transmitidas e publicadas online, às 17h00, e no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.

HM/OC/LS

 

Covid-19: Igreja assume desafios da pandemia na celebração do outubro missionário

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