Misericórdia: Cardeal-patriarca destaca «caminho comum como sociedade» e apela «ao aconselhamento»

«Dar bom conselho», «ensinar os ignorantes» e «corrigir os que erram»

Lisboa, 04 mar 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa apresentou uma reflexão sobre as três primeiras Obras de Misericórdia Espirituais e pediu que se “ofereçam aos irmãos, aos outros” para que não fique tudo “muito informe e desconforme” na sociedade e comunidades cristãs.

“Nós estamos todos num caminho comum como sociedade, como Igreja para os que somos cristãos, por isso, devemos este aconselhamento uns aos outros”, assinalou D. Manuel Clemente, num vídeo partilhado pelo Patriarcado de Lisboa.

O prelado, sobre a primeira Obra de Misericórdia Espiritual, frisa que não se desista de “partilhar com os outros” o que cada um sabe que “é bom e, certamente fará bem a todos”, para que as pessoas, “devidamente, aconselhadas não corram demasiados riscos e acertem no caminho da sua vida”.

“O que é que seria de nós se não tivesse havido na nossa vida tanta gente a dar-nos conselhos que são bons, que são comprovadamente bons, porque foram para essas pessoas e nós também verificamos que são bons para a nossa vida”, sublinhou.

“Muitas pessoas não fazem melhor porque ninguém lhes ensinou”, comentou o cardeal-patriarca sobre ‘ensinar os ignorantes’.

“Às vezes, temos na nossa sociedade e na nossa cultura um descaso muito grande em relação a estes pontos, isto é, cada um aprenda por si, cada um faça como entender, cada um siga, ou não, a sua vida conforme calhar”, alertou o prelado, apelando a que casa um seja para os outros “uma pedagogia completa”.

Segundo D. Manuel Clemente, a sociedade, a começar pelas comunidades cristãs, deve ser vista como “ocasião de crescer em conjunto”, com o melhor que a humanidade conseguiu para si”.

“Para nós cristãos com o melhor que a revelação divina não deixa de oferecer na vida e nos ensinamentos de Jesus, corrigindo, apoiando, estimulando, só assim iremos em frente numa sociedade e cultura realmente solidárias”, referiu no apontamento catequético quaresmal.

O cardeal-patriarca de Lisboa, sobre ‘corrigir os que erram’ revelou que, com a primeira obra de misericórdia espiritual, é a “aplicação concreta da caridade cristã”, tendo usado como exemplo o Evangelho.

“Quando Jesus fala na correção fraterna: Se o teu irmão estiver mal, proceder mal, vai ter com ele a sós, não murmures, não fales com terceiros, vai ter com ele a sós a chama a atenção para que ultrapasse o que fez mal, esse passo que fez mal”, desenvolveu no quarto vídeo sobre as Obras de Misericórdia.

“Se não temos esta atitude em relação aos outros tudo fica muito informe e desconforme e não é o que podia ser”, sublinhou D. Manuel Clemente.

CB

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