«Memórias que Contam»: Clarissas de Santarém recordam bondade e carinho da Irmã Maria da Conceição Matos da Costa

Religiosa foi vítima da Covid-19, que afetou a comunidade de clausura

 

 

Santarém, 10 mar 2021 (Ecclesia) – As Clarissas de Santarém despediram-se há dois meses da irmã Maria da Conceição, cuja saúde frágil, que a obrigava à hemodiálise, não resistiu à infeção pelo novo coronavírus, deixando um rasto de “carinho”.

A religiosa é recordada na edição de hoje das ‘Memórias que Contam’, numa entrevista à irmã Maria Emília, superiora do Mosteiro da Imaculada Conceição, para quem a irmã Maria da Conceição foi uma “companheira de caminho” e “uma irmã muito querida por todos”.

A sua morte, a 10 de janeiro, foi um acontecimento doloroso para toda a comunidade, desde logo pelo facto de perder um dos seus membros, mas também pela experiência da doença que acabou por contaminar todo o grupo.

A comunidade viveu este sofrimento de forma mais prolongada, com situações que a Irmã Maria Emília classifica como “mais traumatizantes”.

A Irmã Maria da Conceição Matos da Costa faria, em 2021, 25 anos de consagração.

“Era uma irmã muito colaborante, muito ativa, bondosa e carinhosa”, recorda a superiora do Mosteiro da Imaculada Conceição.

Acumulou-se muita coisa ao mesmo tempo… foi a sua partida, a doença que nos afetou a todas, e ficarmos privadas da Eucaristia”.

A celebração eucarística regressou ao mosteiro assim que a comunidade teve alta do contágio, e a Diocese de Santarém disponibilizou de imediato um sacerdote para assegurar as celebrações.

“O senhor bispo [D. José Traquina] esteve sempre muito próximo de nós com as suas mensagens” afirma a religiosa clarissa.

Apesar da clausura, esta é uma comunidade que acompanha o que se passa no mundo.

“Através da internet ou da televisão, estamos muito bem informadas sobre o que acontece e sobre a situação da pandemia, no mundo e em Portugal”, relara a entrevistada.

A irmã Maria Emília, que atualmente está à frente da comunidade do Mosteiro das Clarissas de Santarém, recorda como entrou no mosteiro aos 14 anos.

“Foi através das Clarissas que passavam pela minha aldeia, decidi entrar e em 2012 já completei 50 anos de consagração”, relata.

Nesta hora, que ainda é de sofrimento, a esperança ganha contornos na expectativa da vinda de três jovens que, depois de um percurso universitário, se preparam para entrar na comunidade de Santarém.

“É uma ocasião de grande alegria para todas”, reconhece a Irmã Maria Emília.

Ao longo da Quaresma, ‘Memórias que Contam’ é um espaço no qual a Agência Ecclesia quer fazer memória dos que partiram em virtude desta pandemia, deixando um património de vida e de serviço.

HM/OC

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