Media: Associação de Imprensa de Inspiração Cristã destaca «atitude assertiva» do presidente da República na defesa da Comunicação Social (c/vídeo)

«A crise no setor é grande e é a democracia que, de facto, está posta em causa» – Paulo Ribeiro

Foto presidencia.pt; Audiência a delegação da AIC (06/09/2018)

Lisboa, 21 nov 2019 (Ecclesia) – O presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) afirmou hoje que “crise instalada no setor é grande” e o presidente da República está “muito consciente dos problemas da Comunicação Social, concretamente da importância da imprensa regional”.

“[O senhor presidente da República] está a ter uma atitude muito assertiva e a tentar sensibilizar os poderes públicos para olhar para a comunicação social de uma forma muito mais atenta e muito mais global para que, dentro de poucos anos, não se assista a um cenário de desaparecimento”, disse Paulo Ribeiro.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da AIC sustentou que quando “desaparece” um jornal numa comunidade, num concelho, “é um pouco a democracia que também morre e fica afetada”.

“As populações acabam por não ter voz, não ter espaço, para poderem manifestar-se, o presidente da República é muito sensível a isso. A imprensa regional tem de facto um grande peso em todo o país”, acrescentou, dando como exemplo que a imprensa nacional “tem tido um maior decréscimo de exemplares vendidos”.

O presidente da República Portuguesa disse esperar que no Orçamento para 2020 o Parlamento “possa ponderar a aprovação de propostas que já chegaram de associações de imprensa”.

“Não podemos é ter a situação em que, de ano para ano, vai fechando um jornal, uma rádio, um grupo de comunicação social, porque isso começa a atingir a democracia portuguesa”, observou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, esta quarta-feira, à margem da apresentação de um projeto do jornal ‘Público’ para finalistas universitários.

Paulo Ribeiro recorda que já foram recebidos pelo presidente da República, numa audiência de quase uma hora, onde apresentaram a visão da associação “relativamente à comunicação social e aos apoios” que o Estado deve conceder para que “não morram os jornais”.

“A crise instalada no setor é grande, e é a democracia que de facto está posta em causa”, realçou.

Segundo o presidente da AIC, Marcelo Rebelo de Sousa tem feito um trabalho “muito, muito importante” e revela uma visão global das questões, por isso, esperam e têm “esperança” que a Assembleia da República e o Governo “possam ficar sensíveis a todos os argumentos” da AIC e Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa) – que têm “propostas concretas” para “a melhoria do setor em defesa da sociedade, da democracia”.

As duas associações foram recebidas pelo Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, esta terça-feira, e a AIC apresentou as suas “10 propostas em defesa da imprensa regional”.

“Houve bom acolhimento, o Secretário de Estado está a chegar a esta área específica e prometeu analisar em conjunto, prometeu um clima de diálogo construtivo na legislatura”, contou Paulo Ribeiro sobre a audiência conjunta que foi “muito produtiva”.

O entrevistado destaca que a exposição ‘Jornais Centenários do Brasil e Portugal: um legado cultural’, com 52 jornais com edição continua há mais de 100 anos – 18 títulos brasileiros e 34 portugueses – “mostra a credibilidade da imprensa portuguesa em conjunto com a imprensa brasileira”, e, antes de Portugal ainda vai passar por, pelo menos, mais cinco cidades brasileiras.

A AIC, que está a celebrar 25.º aniversário e assumiu recentemente o seu compromisso com a “verdade” junto do Papa, no Vaticano, representa cerca de 170 títulos de jornais e revistas, com uma tiragem média mensal de cerca de dois milhões de exemplares.

Em entrevista emitida esta terça-feira no programa Ecclesia, na RTP2, Paulo Ribeiro referiu-se à importância da audiência com o Papa, no encerramento das comemorações dos 25 anos da associação, e à exposição dos jornais centenários, no Brasil.

CB/PR

 

 

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