Marrocos: Papa chega como «peregrino de paz e fraternidade» (c/vídeo)

Francisco visita país africano pela primeira vez

Rabat, 30 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa chegou esta tarde a Marrocos, país que visita pela primeira vez, entre hoje e domingo, apresentando-se como “peregrino de paz e fraternidade”.

O voo até Rabat saiu de Roma às 10h45 (menos uma hora em Lisboa), e aterrou cerca das 13h50.

Francisco é recebido pelo rei Mohammed VI, recebendo flores de duas crianças vestidas com trajes tradicionais.

Após as honras militares, o Papa saúda as autoridades religiosas, antes de seguir para o salão real, onde são servidas tâmaras e leite de amêndoa, como sinal de hospitalidade e boas-vindas.

A cerimónia oficial de acolhimento decorre na esplanada da Torre Hassan, perante representantes da sociedade civil, das autoridades políticas e do corpo diplomático.

Esta é a segunda visita de um Papa a Marrocos, nação que acolheu São João Paulo II, em 1985, no reinado de Hassan II.

“Seguindo os passos do meu santo predecessor João Paulo II, vou como peregrino de paz e fraternidade, num mundo que delas tanto precisa”, referiu Francisco, numa intervenção em vídeo divulgada por ocasião da viagem.

O atual apela ao diálogo entre cristãos e muçulmanos, agradecendo o convite do soberano marroquino, Mohammed VI, e a colaboração das autoridades locais.

Acreditamos em Deus Criador e Misericordioso, que criou os homens e colocou-os no mundo, para que vivam como irmãos, respeitando-se nas suas diversidades e ajudando-se nas necessidades; Ele confiou-lhes a terra, casa comum de todos, a fim de a guardarem responsavelmente e conservarem para as gerações futuras”.

“Terei a alegria de partilhar diretamente convosco estas convicções, no nosso encontro em Rabat”, assinala o Papa.

Marrocos tem cerca de 25 mil católicos, que representam 0,07% da população.

“Esta viagem proporcionar-me-á a inestimável ocasião de visitar a comunidade cristã presente em Marrocos e encorajar o seu caminho. E encontrarei também os migrantes, que constituem um apelo a construirmos juntos um mundo mais justo e solidário”, adianta Francisco.

A visita do Papa a Marrocos acontece a celebração do oitavo centenário do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kamil.

Antes, o pontífice esteve nos Emirados Árabes Unidos, entre 3 e 5 de fevereiro, onde assinou a Declaração de Abu Dhabi, apresentada como “histórica”, pelo Vaticano, que condena o terrorismo e a intolerância religiosa.

O programa deste sábado inclui uma visita ao mausoléu de Mohammed V e ao Instituto Mohammed VI dos Imãs e Pregadores de Marrocos.

A agenda de hoje encerra-se com um encontro com migrantes, na sede da Cáritas diocesana.

Já no domingo, o Papa visita o Centro Rural dos Serviços Sociais, de Témara; Francisco encontra-se ainda com os sacerdotes, religiosos, consagrados e com o Conselho ecuménico da Igreja, na catedral de Rabat.

Após a recitação do ângelus, decorre o almoço com o séquito papal; a Eucaristia no Parque Desportivo Príncipe Moulay Abdellah encerra a 28ª viagem internacional do atual pontificado, a terceira ao continente africano.

OC

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