«Ou damos tudo por tudo ou não temos futuro», disse D. José Cordeiro no 45º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica de Viana do Castelo
Viana do Castelo, 28 jan 2023 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade disse que os jovens distanciam-se das celebrações católicas por causa dos adultos, referindo que é necessário “uma liturgia mais bela, mais jovem, mais leve, mais séria”.
“Porque é que os jovens se afastam da liturgia?”, questionou D. José Cordeiro as seis centenas de participantes no encontro de Liturgia da Diocese de Viana do Castelo, que decorre no Centro Pastoral diocesano.
“A culpa está nos adultos. Está em nós, a começar por nós… E eu não me ponho de fora”, alertou o arcebispo de Braga.
Para D. José Cordeiro, a liturgia tem de “ser preparada, não pode ser improvisada” ou decidida “em cima do joelho” ou mesmo “dentro da celebração”.
O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade considerou a Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer em Portugal entre os dias 1 e 6 de agosto, “uma oportunidade única e irrepetível”.
“Ou damos tudo por tudo ou não temos futuro. Não só para a Pastoral Juvenil e Vocacional, mas para a pastoral da Igreja”, afirmou.
O Secretariado de Liturgia da Diocese de Viana do Castelo promove hoje e no domingo
o 45º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica sobre o tema “’Eis que faço novas todas as coisas!’ – A eterna juventude da liturgia”, que iniciou com a conferência de D. José Cordeiro sobre o tema “Liturgia e comunidade. Liturgia, lugar de comunhão de gerações”.
Assinalando a participação numerosa no encontro, com 600 inscritos das várias geografias de Viana do Castelo e com a participação também de leigos da Arquidiocese de Braga e Diocese do Porto, o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia afirmou que, nas celebrações, “não basta saber fazer as coisas, é preciso saber o porquê das coisas”.
O arcebispo de Braga lembrou que “não há liturgia sem o espírito de comunidade” e disse que Missa e missão estão permanentemente em ligação.
“Se a Missa não leva à missão, alguma coisa não está a funcionar. A liturgia evangeliza na sua própria celebração”, afirmou.
D. José Cordeiro sublinhou a centralidade da Eucaristia na Igreja Católica e na liturgia, afirmando que “sem altar não há sacrário” e que o objetivo fundamental das celebrações “não é a comunhão sacramental, mas viver em Cristo”.
O arcebispo de Braga alertou para a necessidade do encontro, na liturgia, com Cristo Vivo e com a Igreja, não com uma “ideia de Cristo” ou uma “ideia da Igreja.
Na abertura Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica, o bispo de Viana do Castelo referiu-se à realização da Jornada Mundial da Juventude como uma ocasião de “impulso para a comunidade”, a partir de uma “criatividade com os seus fundamentos”.
“Não fazemos acontecimentos só por si. A vida pastoral tem uma continuidade e todos os acontecimentos são um impulso para a comunidade”, disse D. João Lavrador.
O 45º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica termina este domingo com uma Eucaristia na Sé da Diocese de Viana do Castelo, que assinala também o encerramento da peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude por toda a diocese.
PR