Lisboa 2023: Macau traz grupo de 30 jovens, inscritos pela primeira vez numa JMJ

Padre Daniel Ribeiro, assistente da comunidade de Língua Portuguesa na Catedral, acredita que peregrinos «não voltarão os mesmos»

Lisboa, 04 jul 2023 (Ecclesia) – O padre Daniel Ribeiro, sacerdote do Coração de Jesus e assistente da comunidade de Língua Portuguesa na Catedral de Macau, vai acompanhar um grupo de 30 jovens locais, que aceitaram o desafio de “ter uma atividade religiosa nas férias”, na JMJ Lisboa 2023.

“O povo português é muito acolhedor, tive oportunidade de participar noutras Jornadas Mundiais da Juventude, e acredito que a JMJ marca o jovem para sempre, é atividade preparada para os jovens e que transforma; estes jovens não voltarão os mesmos para Macau”, disse à Agência ECCLESIA.

O religioso dehoniano refere que, de Macau, vêm dois grupos, 39 jovens da comunidade chinesa e 30 jovens da comunidade de língua portuguesa. 

“Ajudou muito a JMJ ser em Lisboa, muitos jovens têm parentes em Portugal, outros nasceram lá, e isso dá segurança aos pais, também devido à pandemia que foi exigente em questão de inscrições. Muita gente quer sair de Macau, passear, fazer viagens diferentes e também as motivações religiosas, aos poucos fomos fazendo um grupo”, refere.

Em missão em Macau desde 2016, o padre Daniel Ribeiro partilha que o grupo é “muito diversificado de nacionalidades, desde Portugal, Macau, África, uma jovem da Argentina e outra da Venezuela”, com idades entre os 14 e os 22 anos, “todos já crismados”.

Para nós é uma alegria acompanhar este grupo porque é um grupo com caminhada, com curiosidade para viver este momento de fé”.

O sacerdote responsável refere ainda que a grande dificuldade é estes jovens “estarem motivados a ter dias de férias para participar numa atividade religiosa”, além de “saltarem para o desconhecido”.

“Só um seminarista e os dois padres já foram a uma JMJ, todos os jovens vão pela primeira vez”, admite.

O religioso brasileiro recorda que “Macau é independente mas com governo chinês” e que este grupo vai mostrar na JMJ “como é possível ser católico num país de minoria cristã”. 

Os jovens tiveram formação nas duas comunidades de Língua Portuguesa, paróquia de Nossa Senhora do Carmo e na Catedral de Macau.

Foto: Sé Catedral de Macau

“Houve um ponto interessante da preparação que destaco: o encontro com o cônsul de Portugal em Macau, depois com o bispo diocesano e noutro encontro com testemunho de um jovem seminarista que esteve noutra edição da JMJ”, descreve.

O grupo virá para viver os Dias na Dioceses, em “Alqueidão da Serra, Leiria-Fátima”, na semana anterior ao encontro mundial em Lisboa, numa forma de contactar com os portugueses “que já anseiam receber o grupo e mantêm contactos”. 

Segundo o padre Daniel Ribeiro, há muitas dúvidas que os jovens lhe colocam, como “dúvidas mais práticas: onde vamos ficar? E se não gostar da comida? Vamos ter cama ou vai ser no chão? Será que vamos ver o Papa?”, partilha.

Para o religioso, participar numa JMJ em Lisboa, Portugal, é “participar numa edição organizada por um país irmão” e tem muita curiosidade.

“Os portugueses trouxeram a fé católica para o Brasil e Portugal é terra de Nossa Senhora de Fátima, é um sim que Portugal dá ao mundo em forma de gratidão”, assinala.

A entrevista vai integrar o programa de rádio ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, este sábado, pelas 06h00, ficando depois disponível online e em podcast

SN

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