Lisboa 2023: JMJ «vai certamente marcar a vida de muitos jovens, não podem ficar só pelo evento» – João Costa

Coordenador do COD do Algarve adianta que 90% dos participantes desta diocese nunca foram a uma Jornada

Faro, 30 jul 2023 (Ecclesia) – O coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve para a JMJ 2023 afirma que “vai certamente marcar a vida de muitos jovens”, e pode servir como “catalisador” para muitas situações pastorais e sociais onde “queiram fazer a mudança hoje”.

“Os jovens têm cada vez maiores desafios do ponto vista pastoral, do ponto de vista da Igreja, mas também cada vez mais desafios do ponto de vista social, com problemas muito amplos desde a habitação, o emprego, salários mais baixos, mesmo quando são formados pelo ensino superior, e a Jornada Mundial da Juventude pode-nos servir como catalisador para estas situações de jovens que queiram fazer a mudança hoje, e não só daqui a 10 anos”, disse João Costa à Agência ECCLESIA.

O Algarve tem cerca de 1000 peregrinos inscritos, sendo que “90% das pessoas que vão”, jovens e animadores, “nunca participaram numa Jornada Mundial da Juventude”.

“Isto mostra o caráter de entusiasmo, e alguma curiosidade, em querer fazer uma Jornada Mundial da Juventude”, destaca o entrevistado, adiantando que quem já participou numa edição internacional sabe que “este encontro muda mesmo vidas”, independentemente da fase da vida.

Segundo João Costa, para muitos, o encontro de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, será um ponto de chegada, para outros um ponto de partida, e para outros ainda “será um ponto de passagem”.

“Mas será um ponto que vai certamente marcar a vida de muitos jovens que não podem ficar só pelo evento por si; à semelhança do Evangelho, que desçam a montanha depois e façam realmente algo que valorize não só a comunidade cristã, mas também a sua vida”, acrescentou.

Que possam ser influenciadores de Cristo, na sua política, na economia da sua religião, nos seus contextos; que extravase para os outros múltiplos contextos que eles vivem, e acho que este é o grande ponto da Jornada Mundial”.

Durante cerca de uma semana, a partir de segunda-feira, a capital portuguesa recebe um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo.

O responsável pelo COD Algarve considera que as “várias pontes criadas nestes quatro anos não podem deixar de ser utilizadas”: “Tivemos a primeira reunião com o COL em julho de 2019, haverá pontos que não poderão deixar de ser utilizadas ou destruídas totalmente, tanto do âmbito diocesano paroquial, vicarial, e nacional”.

João Costa sustenta que a Pastoral Juvenil tem de optar “por uma relação pessoal, de proximidade com os jovens”, e uma relação de fazê-los perceber que Jesus Cristo e Deus “atuam na vida deles como eles são, nos seus contextos e que a presença de Deus é permanente”.

“Deus envia-nos para ser santos no mundo, viver a nossa vocação batismal nesse sentido. Jesus não começa logo fazendo grandes mudanças, primeiro fica por conhecer os seus discípulos, a querer comer com eles”, recorda.

A partir da visão pessoal, o entrevistado sublinha que a Pastoral Juvenil deve orientar-se “da relação pessoal com os seus jovens, motivar esta relação”, e depois ligá-los à realidade da vida, do mundo, “e que Jesus Cristo está presente em todos os momentos”.

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

A Diocese do Algarve está a acolher sete mil jovens de vários países nos ‘Dias das Dioceses’; mais de 2700 peregrinos, de 41 grupos provenientes de 19 países, estão em Faro, Loulé, Tavira, e Portimão tem cerca de quatro mil participantes de 40 países, que estão a viver um programa próprio, da Comunidade francesa do ‘Chemin Neuf’ (Caminho Novo), em Portimão.

Este domingo, destaca-se a Missa de envio para a JMJ 2023, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, a partir das 16h30, no Estádio do Algarve, e preveem a participação “da maioria dos sete mil estrangeiros”; e depois um concerto com o grupo feminino ‘Gen Verde’, do Movimento dos Focolares.

CB/OC

 

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