Leiria-Fátima: Bispo pede abolição da pena de morte e incentiva a «visitar os presos»

D. António Marto considera que «falta no mundo a experiência concreta da misericórdia»

Fátima, Santarém, 14 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima presidiu este domingo à peregrinação diocesana ao Santuário da Cova da Iria, na qual apelou à abolição da pena de morte como sinal de “misericórdia”.

“Nós temos necessidade das obras de misericórdia na própria vida social”, disse D. António Marto, numa homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O prelado fez eco do mais recente apelo do Papa Francisco (21 de fevereiro) sobre a “abolição da pena de morte” e a necessidade de melhorar as “condições dos presos”, convidando a visitar os reclusos.

Aos fiéis, o bispo de Leiria-Fátima explicou que a “Igreja não está no mundo para condenar” e referiu que se as pessoas se sentem “condenadas à partida”, é porque os cristãos não estão a “transmitir a mensagem evangélica”.

“A misericórdia abre o nosso coração às necessidades e à miséria dos outros, aos problemas escondidos, à pobreza material e a todo o sofrimento”, acrescentou na homilia, divulgada pelo Serviço de Informação do Santuário de Fátima.

Segundo D. António Marto, a comunidade cristã “torna-se” no que “tem de mais luminoso” quando acolhe as pessoas com “delicadeza, as escuta com atenção, quando cura, e encoraja a viver a vida boa do Evangelho”.

Do Evangelho de S. João, observou ainda que colocou à “contemplação” de cada pessoa, o “rosto concreto, misericórdia divina” do encontro da mulher adúltera com Cristo.

“É uma cena dramática, mas ao mesmo tempo de incomparável beleza e de comovente ternura que nos toca e não deixa impassíveis”, observou, sobre a “grandeza e a beleza inenarráveis e indizíveis da ternura e da misericórdia do Senhor”.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima refere que no centro da narração “não está o pecado ou o pecador a perdoar ou condenar” mas está Deus “maior que o coração” de cada um, a Sua misericórdia que “supera todas as expectativas e medidas”, a perdoar, curar as feridas, “enche de graça e ternura, cumula de dons, defende com justiça os oprimidos”.

“A todos, abraço espiritualmente no meu coração de pastor”, acrescentou, na homilia da 85.ª Peregrinação Diocesana de Leiria-Fátima ao Santuário mariano.

O prelado recordou ainda que neste domingo se assinalou o terceiro aniversário da eleição do Papa Francisco: “Três anos fascinantes e cheios da alegria do Evangelho e de dinamismo de renovação para a Igreja e o mundo”.

CB/OC

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