Jubileu: Papa desafia países de «tradição cristã» a promover perdão da dívida

Francisco pede que «nenhuma família, nenhum povo seja excluído»

Cidade do Vaticano, 01 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje aos países de “tradição cristã” que assinalem o Jubileu de 2025 com um perdão de dívida às nações mais pobres.

“Encorajo os governantes dos países de tradição cristã a darem um bom exemplo, anulando ou reduzindo o mais possível as dívidas dos países mais pobres”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, após a oração do ângelus no primeiro dia do ano novo.

Francisco reforçou uma das suas propostas centrais para o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica – celebração que acontece a cada 25 anos -, iniciado na última noite de Natal, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.

“O jubileu deste ano caracteriza-se por um tema peculiar, o do perdão das dívidas. O primeiro a perdoar as dívidas é Deus, como rezamos sempre no Pai Nosso, referindo os nossos pecados e comprometendo-nos a perdoar a quem nos ofendeu”, explicou.

O jubileu pede-nos que traduzamos esta remissão a nível social, para que nenhuma pessoa, nenhuma família, nenhum povo seja excluído por causa das dívidas”.

No Dia Mundial da Paz, o Papa quis agradecer “as iniciativas de oração e de empenho pela paz promovidas em todas as partes do mundo, por comunidades diocesanas e paroquiais, por associações, movimentos e grupos eclesiais”.

O tema escolhido por Francisco para a celebração de 2025 foi ‘Perdoa-nos as nossas ofensas: concede-nos a tua paz’, apelando a ações concretas para que a crise da dívida possa ser ultrapassada.

“Inspirando-me neste ano jubilar, convido a comunidade internacional para que atue no sentido de perdoar a dívida externa, reconhecendo a existência de uma dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo”, escreve Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2025.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia de cada ano, com uma mensagem papal.

OC

Dia Mundial da Paz: Perdão da dívida externa aos países mais pobres «pode ser uma forma de pagar» a dívida ecológica causada por países ricos – Pedro Vaz Patto

Igreja/Sociedade: Papa desafia a «gestão da dívida mais justa» – Rita Sacramento Monteiro

 

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