Jubileu 2025: Papa entregou bula «Spes non confundit», proclamando oficialmente o próximo Ano Santo

Documento foi divulgado em cerimónia de oração, na Basílica de São Pedro

Cidade do Vaticano, 09 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa entregou hoje, no Vaticano, a bula de proclamação do Jubileu 2025, durante uma celebração de oração, na solenidade litúrgica da Ascensão do Senhor.

A oração de Vésperas, na Basílica de São Pedro, incluiu a entrega e leitura do documento, intitulado ‘Spes non confundit’, que anuncia solenemente o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo, 27.º jubileu ordinário da história da Igreja.

“Hoje, na solenidade da Ascensão do Senhor, diante da Porta Santa da Basílica de São Pedro, na presença da Igreja peregrina de Roma, entrego aos arciprestes das Basílicas Papais, a alguns representantes da Igreja no mundo inteiro e aos protonotários apostólicos a Bula ‘Spes non confundit’, que anuncia o Jubileu do ano 2025, para que seja lida”, referiu o Papa, na oração inicial.

Já na homilia da celebração, o Papa destacou que a ressurreição de Jesus é o “fundamento” da esperança dos cristãos.

“Irmãos e irmãs, é esta esperança radicada em Cristo morto e ressuscitado que queremos celebrar, acolher e anunciar ao mundo inteiro no próximo Jubileu, que já está à porta. Não se trata de mero otimismo humano ou duma expetativa efémera ligada a qualquer segurança terrena. Não! É uma realidade já atuada em Jesus e que diariamente nos é dada também a nós”, declarou.

Francisco convidou todos a “sonhar com uma humanidade nova”, um “mundo fraterno e pacífico”.

“Com os gestos, as palavras, as opções de cada dia, a paciência de semear um pouco de encanto e gentileza onde quer que estejamos, queremos cantar a esperança, para que a sua melodia faça vibrar as cordas da humanidade e desperte nos corações a alegria e a coragem de abraçar a vida”, apontou.

É de esperança que precisamos… Dela necessita a sociedade em que vivemos, muitas vezes imersa apenas no presente e incapaz de olhar para o futuro; dela necessita a nossa época, que por vezes se arrasta cansadamente no cinzento do individualismo e do ‘ir sobrevivendo’; dela necessita a criação, gravemente ferida e desfigurada pelos egoísmos humanos; dela necessitam os povos e as nações, que olham cheios de inquietação e medo para o amanhã, enquanto as injustiças campam com arrogância, os pobres são descartados, as guerras semeiam morte, os últimos continuam no fundo da lista e o sonho dum mundo fraterno corre o risco de parecer uma miragem”.

Com a apresentação da Bula, Francisco anunciou oficialmente o Jubileu Ordinário de 2025.

O título, ‘Spes non confundit’, vem de uma passagem da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm, 5,5): “A esperança não desilude, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi concedido”.

Monsenhor Leonardo Sapienza, regente da Prefeitura da Casa Pontifícia e decano do colégio dos protonotários apostólicos, fez a leitura da bula papal junto da porta santa da Basílica de São Pedro, ainda fechada, que vai ser aberta a 24 de dezembro de 2024.

O Jubileu 2025 coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.

O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

OC

Foto: Vatican Media

Durante a celebração, Francisco entregou simbolicamente um exemplar do documento aos responsáveis pelas basílicas papais: cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica de São Pedro no Vaticano; D. Guerino Di Tora, vigário do arcipreste da Basílica de São João de Latrão; cardeal Stanislaw Rylko, arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior; cardeal James Michael Harvey, arcipreste da Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

O texto foi ainda entregue a D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, encarregado da preparação e da celebração do Jubileu; cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, em representação de todos os bispos da Ásia; D. Fortunatus Nwachukwu, secretário do Dicastério para a Evangelização, em representação de todos os bispos de África; cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, em representação de todos os bispos das Igrejas Orientais; cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, em representação de todos os outros bispos.

 

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