JMJ Lisboa/1º aniversário: Dércio Pacheco viu-se «representado nos testemunhos» da Via-Sacra e da Vigília

«Esta é a minha Igreja, mas é minha e de pessoas diferentes de mim e essa foi uma lição que a JMJ reforçou em mim», realçou jovem açoriano

Angra do Heroísmo, Açores, 01 ago 2024 (Ecclesia) – Dércio Pacheco, da Diocese de Angra, esteve pela primeira vez em Portugal continental na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa e destaca como “momentos mais” marcantes os que “falavam da atualidade e da realidade dos jovens”.

“Os momentos que mais me marcaram foram os da Via-sacra e da Vigília, porque falavam dos temas da atualidade e da realidade dos jovens. Vi-me representado nos testemunhos e isso emocionou-me muito; o impacto das novas tecnologias, os problemas da saúde mental…”, disse o jovem açoriano de 21 anos, ao portal online ‘Igreja Açores’ da Diocese de Angra.

Dércio Pacheco, da Paróquia de Ponta Garça, na Ouvidoria de Vila Franca do Campo (Ilha de São Miguel), ouviu falar da realização da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, “mas, não sabia nada, nem sequer se o Papa iria”.

Este peregrino recorda que “a ansiedade e até alguma revolta começaram a desaparecer” quando começaram a fazer a preparação para a JMJ Lisboa 2023, quando subiu ao Pico, para a celebração de envio com o bispo de Angra, e quando viajaram para Lisboa.

“Devo dizer que antes de termos formado o grupo para ir às jornadas, sempre frequentei as missas mas tinha muitas reservas. Não era falta de fé; era talvez uma fé pouco amadurecida e até meio revoltada. Estar com este grupo levou-me a ter esperança novamente. Estes são os meus valores, aquilo em  que eu acredito; a não-aceitação do outro perturbava-me muito”, desenvolveu.

Dércio Pacheco explica que vive num meio rural “onde há menos aceitação do que é diferente”, o que “sempre” lhe causou “muita estranheza” porque “olhando para o exemplo de Jesus e vendo que ele ama a todos por igual, era difícil aceitar este comportamento, até discriminatório”.

“Na JMJ, em Lisboa, integrando um grupo de pessoas tão diferentes – acho que nunca estive num grupo tão diferente dentro da Igreja – e convivendo com pessoas tão diferentes, inclusive no nosso grupo açoriano, fez-me pensar que a afinal era aqui que eu me sentia bem”, acrescentou.

Foto Igreja Açores/CR

Para o entrevistado, que faz parte do grupo de jovens ‘Apressados da Vila‘, oriundos de várias paróquias da Ouvidoria de Vila Franca do Campo, a Igreja “tem de ser de todos e para todos”, e lembra que o Papa na JMJ Lisboa 2023 “foi claro, não é preciso dizer mais nada”.

“É assim que eu penso também e é assim que eu gostava que fosse. Esta é a minha Igreja, mas é minha e de pessoas diferentes de mim e essa foi uma lição que a JMJ reforçou em mim: os meus valores estão na Igreja e Jesus quer que sejamos capazes de acolher a todos”, referiu o paroquiano de Ponta Garça.

A primeira edição internacional da Jornada Mundial da Juventude realizou-se de 1 a 6 de agosto de 2023, na capital portuguesa, e, para este jovem, um ano depois há “alguma” confiança mas, lamenta, “parece que o Papa nem sempre é ouvido”.

“Uma coisa foi o que ele disse; outra coisa é o que a Igreja faz, mas nem por isso me sinto a mais”, acrescentou o jovem universitário de Medicina que, em setembro, vai estudar para Coimbra.

Sobre os dias na JMJ, Dércio Pacheco, para além dos momentos que mais o marcaram, da Via-Sacra, na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII) e da Vigília, no Campo da Graça (Parque Tejo), recorda as viagens de barco para a Diocese de Setúbal, que era comunidade de acolhimento da JMJ Lisboa 2023.

“Ficamos no Seixal e tínhamos de andar uns bons bocados. Quando à noite regressávamos era uma folia no barco: todos juntos, todos diferentes, todos a cantar”, lembrou, ao portal online ‘Igreja Açores’.

Para o jovem açoriano, na evangelização da juventude, “o que é importante é mostrar Jesus, fazendo e agindo como ele”: “Nós para os outros também podemos ser  Jesus e nunca devemos perder de vista os outros”.

Lisboa acolheu o maior encontro mundial de jovens com o Papa, estiveram mais de 1,5 milhões de pessoas nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco, no Parque Tejo, da Diocese de Angra participaram 900 jovens açorianos; a próxima edição internacional da JMJ realiza-se em Seul, na Coreia do Sul, em 2027.

CB/PR

 

JMJ 2023: Jovens sobem à Montanha do Pico, acompanhados pelo bispo de Angra (c/fotos)

 

 

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