JMJ Lisboa/1º aniversário: Balanços, relatórios e as razões do Papa para considerar uma «jornada belíssima»

Coordenador-geral refere-se à «cidade dos sonhos»,  aos lucros, à impossibilidade de «medir o impacto efetivo» de cada participante e agradece aos voluntários

Lisboa, 06 ago 2024 (Ecclesia) – O coordenador-geral da JMJ Lisboa 2023 afirmou que o maior legado da jornada está “no coração” de cada participante, afirma que o lucro de 36 milhões foi “absolutamente” inesperado e é «belíssima» porque concretiza um “sonho de Deus”.

No voo de regresso a Itália, após ter participado na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 1 e 6 de agosto, o Papa referiu-se à jornada em Lisboa como “belíssima”.

“Para mim, a Jornada foi belíssima”, afirmou Francisco, depois de referir também que a JMJ de Lisboa foi “a mais numerosa”, a “mais dura” e a “a mais bem organizada”.

“A perceção pública, de participantes e não participantes, da jornada de Lisboa é essa”, afirmou D. Américo Aguiar, acrescentando que, “tudo somado, tudo misturado e tudo vivido, foi uma experiência bela”.

A Jornada Mundial da Juventude é um sonho de Deus! É um sonho de Deus que se replica de tempo a tempo por convite e intuição do Papa. E por muito capazes que sejamos, por muito incompetentes que sejamos, quer tenhamos muitos meios ou poucos meios, a jornada acontece. Independentemente de tudo isso”.

Fotos: Duarte Nunes/JMJ 2023

D. Américo Aguiar referiu-se também às palavras do Papa Francisco durante o ângelus, no dia 6 de agosto de 2023, que falou de Lisboa como a “cidade dos sonhos”, considerando que “há momentos da história em que é”, apesar do Velho do Restelo “continuar na praia”.

“Não podemos deixar de ter consciência disso mesmo. O Velho do Restelo continua na praia: custa-lhe o arranque para as descobertas e custa-lhe tudo o que seja fazer diferente e ousado e que não tenha certezas de concretização e de retorno. Mas a vida é assim mesmo”, sustentou.

O coordenador-geral da JMJ Lisboa 2023 disse que “o balanço mais difícil” a fazer não se reduz a números, mas tem de ser feito a partir da transformação que pode ou não ter acontecido, em cada participante.

Nós podemos pedir a pastoralistas ou comentadores para fazerem avaliações, podemos fazer contas económico-financeiras, logísticas, número de cabos, toneladas de alimentos, podemos fazer isso tudo. Agora não há maneira de medir o impacto efetivo da jornada e da vivência da jornada e da preparação da jornada no coração de cada uma das pessoas que a viveu”.

O coordenador-geral da JMJ referiu-se a histórias que passam na comunicação social nestes dias, como uma jovem que decidiu iniciar o noviciado nas Servas de Nossa Senhora de Fátima ou as famílias de acolhimento, em Lamego, lembrando que a jornada foi a ocasião para “muitíssima gente tomar decisões radicais na sua vida”.

Mesmo da paz familiar, mesmo de tantas outras questões em que às vezes é preciso um empurrãozinho, às vezes é preciso um estimulante para que isso possa acontecer. E a jornada serve para isso”, acrescentou.

D. Américo Aguiar diz que o lucro de 36 milhões de euros foi “absolutamente” uma surpresa, lembrando que manifestou, no tempo de preparação e pensando num “resultado positivo pequeno”, que o possível retorno fosse gasto em “projetos ligados à juventude”, nomeadamente em Lisboa e Loures, “os dois municípios que mais esforço fizeram para que a jornada pudesse acontecer”.

“Das conversas que tive, quer com o senhor patriarca de Lisboa, quer com o D. Alexandre Palma, atual bispo auxiliar de Lisboa e novo Presidente da Fundação JMJ Lisboa de 2083, o registo é esse e penso que continuará a ser esse”, afirmou D. Américo Aguiar, acrescentando que não possui “dados suficientes” para avaliar a estratégia de aplicar os rendimentos dos proveitos, como foi anunciado.

Na entrevista, que encerra uma série de sete conversas sobre cada um dos dias da JMJ Lisboa 2023, começando, na primeira, pelo envolvimento de todas as dioceses na preparação da jornada e nos Dias nas Dioceses, D. Américo Aguiar refere-se também à presença do DJ padre Guilherme como “uma coisa boa”, refere-se aos convidados, nomeadamente para a Missa final, como ocasião de agradecimento a pessoas e instituições que ajudaram na preparação da jornada, apontou para a Ásia, nomeadamente para Seul que acolhe a jornada em 2027, como o novo “foco do Cristianismo, e agradeceu aos voluntários.

“A jornada só pode acontecer se existirem umas formiguinhas trabalhadoras que não ver o Papa, não vão assistir a nada, porque o trabalho deles é proporcionar que os outros vivam e usufruam”, afirmou.

A entrevista ao coordenador-geral da JMJ Lisboa 2023 está a ser realizada quando se assinala um ano da jornada em Portugal, foi  divulgada ao longo dos último sete dias na Agência ECCLESIA e vai ser publicada integralmente numa obra da Paulus Editora.

PR

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