JMJ 2023: Símbolos das Jornadas Mundiais podem ajudar a encontrar «respostas» diante da pandemia, diz padre Filipe Diniz

Diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil integra a comitiva que vai receber a cruz e o ícone este domingo, no Vaticano

Lisboa, 19 nov 2020 (Ecclesia) – O padre Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, antes de partir para o Vaticano para receber os símbolos da JMJ, disse à Agência ECCLESIA que nesta “realidade interpeladora” da pandemia, a Cruz e o ícone mariano podem ajudar a “encontrar respostas”.

“Na pandemia há uma dimensão da fé que nos pode robustecer, olhando para os símbolos podem encontrar-se respostas; dois símbolos desta preparação e motivação para o país que acolhe, e a diocese que acolhe, é importante sentir este pulsar e desafio”, referiu

O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil aponta a pandemia como uma “realidade interpeladora” que pode ser desafiante a que os jovens possam refletir e interpelar a própria Igreja, “querendo inovar”.

“Há a necessidade de receber estes dois símbolos, como jovens portugueses, e é um desafio para o COL (Comité organizador local) para viver esta jornada de forma mais intensa”, precisou.

O padre Filipe Diniz destaca ainda o significado da Cruz peregrina, com 3,8m de altura, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, e do ícone de Nossa Senhora, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços.

“A Cruz é uma peça em madeira que passa e que une, olhar para aquela Cruz, muitos querem tocar e confiar a vida, o ícone é ver a imagem da mãe, com o filho ao colo, e para nós é o nosso suporte, que nos acolhe e acolhe os nossos pedidos”, refere.

A “simplicidade” dos dois símbolos é ainda destacada pelo entrevistado que defende que os “jovens são críticos, na perspetiva construtiva, que gostam das coisas claras” e considera ainda que “muitas dúvidas de fé vêm de situações que nem sempre estão claras.

Em tempo de pandemia a “segurança e confiança” são atitudes necessárias e a passagem dos símbolos da JMJ, este domingo no Vaticano, será um reforço na missão de preparação. 

“A forma simples em que os jovens do Panamá confiam esta passagem de testemunho dos símbolos, e o compromisso chegará a Portugal, depois vamos começar a preparar o itinerário que, para já não vai acontecer devido à pandemia, mas vamos preparar e viver”, explica.

O sacerdote integra a delegação portuguesa que vai receber estes símbolos este domingo, na Basílica de São Pedro, no final da Missa presidida pelo Papa, às 10h00 (hora local, menos uma em Lisboa), com transmissão online.

A entrevista na íntegra ao padre Filipe Diniz integra o programa de rádio ECCLESIA, este domingo, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública.

A escolha de Lisboa como primeira cidade portuguesa a acolher uma edição internacional da JMJ aconteceu a 27 de janeiro de 2019, no Panamá.

A Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora percorreram as dioceses do Panamá nos meses que antecederam a realização da Jornada Mundial da Juventude neste país da América Central, numa iniciativa apresentada como “ocasião de transformação social e promoção de paz e esperança”.

“É com este mesmo desejo que Lisboa os recebe”, indica a organização do evento, em Portugal.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

HM/SN

 

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