JMJ 2023: «Comunicação é um trabalho que está sempre a acontecer» – Clara Keel Pereira

Depois de Cracóvia, jovem portuguesa, renova «desafio muito grande» de ser voluntária nas redes sociais, após experiência de 2016

Lisboa, 20 set 2022 (Ecclesia) – Clara Keel Pereira, da Equipa de Comunicação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, está a repetir no seu país a experiência de voluntariado nas redes sociais que fez em 2016, aquando da Jornada de Cracóvia, falando num trabalho que “nunca para”.

“O trabalho começou antes de Cracóvia, a comunicação da jornada está sempre a acontecer, há outras áreas que só acontecem durante o tempo da jornada, neste caso, começa desde que é anunciado o país que vai acolher e as redes sociais também. As redes sociais nunca param e é preciso sempre ajuda”, disse hoje à Agência ECCLESIA.

A voluntária é formada em Comunicação, variante jornalismo, e o percurso profissional foi “praticamente todo nas redes sociais, no marketing digital”.

A entrevistada nunca tinha participado numa Jornada Mundial da Juventude até ser desafiada, “no último minuto”, para ser voluntária na JMJ Cracóvia, em 2016, e integrar a equipa de língua portuguesa das redes sociais, até aí composta por brasileiros.

Clara Keel Pereira começou a produzir conteúdos para as redes sociais da JMJ Cracóvia a partir de casa, “como já estavam outros voluntários de todo o mundo”, e uma semana antes do evento viajou para a cidade polaca, ficando num escritório onde estavam, “ao todo, 22 línguas”.

“Foi muito desafiante, sabia que tinha uma grande audiência que lia em português. Os brasileiros têm muito impacto nas redes socias, ainda hoje a maior parte dos seguidores totais são brasileiros. O meu papel também era falar em especial para os portugueses, porque conhecia o meio, a cultura”, desenvolveu a jovem de 27 anos, que escrevia reportagens do Serviço da Juventude de Lisboa para o jornal ‘Voz da Verdade’.

Distribuídos por turnos, o trabalho diário, em equipa, consistia em “cobrir ao máximo tudo, tudo”, o que estava a acontecer – o festival da juventude, as catequeses, os eventos centrais com o Papa, que “são sempre os mais marcantes” – e transmiti-los de uma forma jovem, alegre, e dinâmica para que quem não estava na jornada possa “viver um bocadinho essa experiência”.

Clara Keel Pereira recorda que em Cracóvia usavam as redes sociais Twitter, Facebook e Instagram, e adaptavam-se à especificidade de cada uma com ‘tweets’, as micromensagens, fotografias, vídeos e copys (textos/artigos).

Da experiência na comunicação de uma Jornada Mundial da Juventude, para a sua vida profissional, trouxe, principalmente, “uma capacidade de conseguir reagir ao minuto”, porque “era um trabalho muito, muito, intenso”.

“Queríamos ser capazes de transmitir o que estava a acontecer, e está sempre a acontecer muita coisa numa jornada, e o desafio era conseguir reagir rapidamente e ganhar pedalada para fazer as coisas rápido e bem”, acrescentou.

Dessa primeira vivência de uma JMJ, a voluntária portuguesa mantém a convicção que “cada jornada é um verdadeiro milagre”, e isso foi a primeira coisa que aprendeu.

“É um evento tão grande, com tanta complexidade, que só pode acontecer porque é um milagre e Deus quer muito. Sou voluntária outra vez e vejo como isto é difícil, é um trabalho impossível se for só feito por Homens”, acrescentou.

“Há vários grandes desafios para Lisboa 2023, um deles foi o facto de se adiar um ano, dá-nos mais tempo para trabalharmos, e por outro é mais cansativo, é mais um ano. O outro desafio é que nas redes sociais em específico está sempre a evoluir, vamos ter as jornadas mais digitais de sempre, as redes foram evoluindo e temos de à altura desse desafio.

Depois o desafio é sempre conseguirmos chegar aos jovens, não é assim tão fácil, há muita coisa que temos de fazer, não basta estar lá. É preciso aprendermos a falar para os jovens, é preciso desafiarmo-nos sempre a criar conteúdos interessantes. É muito diferente falar para alguém de 15 anos e para uma pessoa de 30”.

Clara Keel Pereira

A entrevistada refere que o que mais a marcou “foi ver como é bonito que a Jornada, a Igreja é universal”, independentemente da língua, do país, do “background cultural”, a juventude de todo o mundo está “reunida para estar em comunhão”.

Um ano após o anúncio da edição da JMJ em Portugal, Clara Keel Pereira juntou-se novamente à equipa de redes sociais desta iniciativa da Igreja Católica

Voluntária desde janeiro de 2020, a mãe de “duas filhas, e grávida do terceiro”, reafirma que “é um desafio muito grande” porque são muitos meses a trabalhar intensamente e tem de manter a “consistência de não desanimar”, gerir a disponibilidade, “a motivação, e colaborar ativamente com vontade e paciência”, com o seu trabalho e a família.

Ao longo desta semana a Agência ECCLESIA partilha a experiência de foram voluntários no setor da comunicação, em diferentes edições da Jornada Mundial da Juventude, no contexto das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2022, promovidas pela Igreja Católica em Portugal na quinta e sexta-feira, com o tema ‘Comunicar a JMJ Lisboa 2023’.

A próxima edição internacional da JMJ vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto de 2023, em Lisboa, a cidade escolhida pelo Papa Francisco para acolher este acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo.

CB/OC

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