JMJ 2023: Cardeal-patriarca de Lisboa aponta a evento como Portugal nunca viu

D. Manuel Clemente sublinha impacto das recentes crises e confia na presença do Papa Francisco

Foto: RR

Lisboa, 22 jul 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que a celebração da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023, na capital portuguesa, vai ser uma experiência como “nunca” se viveu no país.

“Estamos cá há quase mil anos como país e nunca tivemos nada que se assemelhe, portanto, é natural que, a pouco e pouco, de vá dando conta da dimensão disto em que nos metemos, em boa hora, quer como sociedade quer como Igreja”, refere D. Manuel Clemente, em entrevista à Rádio Renascença.

O responsável católico aponta à participação de mais de um milhão de jovens nos vários eventos da JMJ 2023, que vai decorrer entre 1 e 6 de agosto do próximo ano.

“Em Portugal não temos nenhuma experiência disto, quer na Igreja, quer na sociedade. Nunca houve nada disto em Portugal”, insiste.

O patriarca de Lisboa fala numa “semana de convivência” de milhares de jovens de todo o mundo, que espera venha a promover “uma nova maneira de ser Igreja”.

Quando o Papa falou comigo acerca da Jornada, ele disse: ‘eu quero evangelização, quero ação, missão, em nome de Cristo. Não quero conferências, isso já eles têm demais!’. Ora, o que está a acontecer é uma enorme mobilização, com objetivos concretos que são verdadeiramente evangélicos”.

O cardeal português espera que a JMJ seja um “grande motivo de rejuvenescimento” da Igreja e um momento marcante para a sociedade, no pós-pandemia, admitindo, contudo, que as consequências económicas da guerra podem condicionar participação dos jovens e fazer derrapar as contas.

“Se o dinheiro fica mais caro, é mais complicado de arranjar. Mas há de se resolver”, realça D. Manuel Clemente.

O patriarca de Lisboa sublinha que o aumento da inflação “condiciona” a organização do evento.

“O que pretendemos é que ninguém deixe de ir à Jornada por falta de dinheiro”, indica.

O responsável elogia a colaboração com Estado e as autarquias de Lisboa e Loures, “desde o primeiro momento”, para um evento que “interessa à marca Portugal, interessa à juventude e à sociedade portuguesa”.

Questionado sobre a presença do Papa, afetado por problemas de saúde nos últimos meses, D. Manuel Clemente mostra-se confiante na participação de Francisco, destacando que “vontade não lhe falta”.

“O Papa terá, com certeza, ocasião de ir a Fátima, e ao gosto dele possivelmente ainda a outro sítio. Nunca se sabe, mas com o Papa Francisco as surpresas são sempre possíveis e mesmo à última hora”, acrescenta.

O patriarca vai completar 75 anos em julho de 2023, idade em que o Direito Canónico determina que apresente a sua renúncia, e sublinha que “Lisboa vai precisar de um bispo a condizer com a juventude”.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

OC

 

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