Jesuítas: Residência Artística «O Círculo» apresenta primeira exposição em Coimbra

Curador João Pedro Filipe afirma que «havia um espaço para o preencher» numa geração de artistas «também virados para a Igreja»

Coimbra, 12 dez 2024 (Ecclesia) – Os primeiros participantes da Residência Artística ‘O Círculo’, promovida pelos Jesuítas, em Cernache, vão inaugurar a exposição ‘Não sou do tamanho da sombra que vês’, este domingo, no Museu Machado de Castro, em Coimbra.

“O centro aqui é dar tempo para estar e para pensar a arte, acho que a produção artística surge desse pensamento e do tempo de estar. A ideia é mesmo tirá-los um bocadinho da zona de conforto”, disse o curador da Residência Artística ‘O Círculo’, em declarações à Agência ECCLESIA.

A residência artística tem a duração de dois meses, está a ser realizada na casa da comunidade de Cernache da Companhia de Jesus (Jesuítas) e, segundo João Pedro Filipe, “havia aqui um espaço para o preencher numa dada geração de artistas também virados para a Igreja”, mas sendo também “mais amplo”.

“A ideia é construir residências artísticas para jovens artistas, e dar-lhes tempo e espaço para a criação. Dois meses inteiros em comunidade, uns com os outros, para pensarem, para discutirem, para pensarem e produzirem a própria arte. Temos também conversas, temos tutorias a acompanhar estes dois meses, que, no fundo só vão acrescentar à própria produção individual e também comunitária”, desenvolveu.

Neste momento está a realizar-se a primeira residência, “uma residência piloto”, que está a ajudar os organizadores, o curador João Pedro Filipe e os jesuítas, nomeadamente o padre Samuel Beirão, com a responsabilidade desta ideia é “partilhada”, “a testar e a ver para onde apontar durante estas residências”, um tempo de trabalho e de pesquisa para lançarem “as residências oficiais e as candidaturas todas”.

Os quatro artistas que estão na Residência Artística ‘O Círculo’ têm entre os 22 e os 32 anos de idade, de diversas áreas “muito diferentes entre a música, a pintura, a escultura”, estão a trabalhar, a conhecerem-se melhor e conhecer também “novos meios, novos métodos”, com tempo também para a criação individual.

Os artistas são acompanhados pelos tutores, e, no final dos dois meses de residência têm uma apresentação pública dos trabalhos, para terem também contacto com a comunidade e com o espetador que “é muito importante para terminar este ciclo de residências”, referiu João Pedro Filipe.

Este domingo, dia 15 de dezembro, é inaugurada a exposição ‘Não sou do tamanho da sombra que vês’, dos artistas em residência – Francisca Espregueira, Simão Townshend, Teresa Esteves da Fonseca e Teresa Príncipe -, na capela do Tesoureiro do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, que vai estar patente até ao dia 12 de janeiro de 2025.

“Procura ser rosto de uma reflexão crescente comum aos artistas-residentes: uma procura identitária, o desafio da aceitação ontológica e o espanto da descoberta. São ramos de uma sombra que acompanha necessariamente qualquer sujeito”, explicou o curador da Residência Artística ‘O Círculo’.

João Pedro Filipe adianta que a ideia com esta residência é realizar-se “em dois momentos do ano”, cada residência com a duração de dois meses, e intercalarem estas residências com “palestras, conversas, convidados”, e “envolver também a comunidade local durante estas residências”.

As residências artísticas têm também tutores, segundo o curador são “uns anjos que acompanham e ajudam a estruturar este percurso da residência”, esta primeira edição, a ‘Residência Zero’ teve tutoria do músico Pedro Abrunhosa, do escritor e cronista Henrique Raposo, da escultora Maria Leal da Costa, de Tomás Abreu, o artista de joalharia, o padre Duarte Rosado, sacerdote jesuíta e músico.

PR/CB/OC

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