Jesuítas: Padre Gonçalo Machado estudou agropecuária, liderou uma empresa de jardinagem e é agora responsável pela animação espiritual na Diocese do Algarve

Sacerdote é fascinado pela «simplicidade da natureza» e tem como hobby o windsurf

Silves, 11 set 2024 (Ecclesia) – O padre Gonçalo Machado, jesuíta, diretor da Casa de Retiros da Diocese do Algarve em São Lourenço do Palmeiral, é fascinado pela natureza, formado em agropecuária e aposta na recuperação do espaço como meio para a animação espiritual.

“Fascinei-me pela natureza. Esta simplicidade da natureza, este gosto pelo ar livre, pelo andar no campo, estas coisas simples… É engraçado porque as pessoas gostam de vir para cá, fazer voluntariado, também acho que é por isto, encontrar esta vida simples”, disse o sacerdote em entrevista à Agência ECCLESIA.

O padre Gonçalo Machado promove programas de “jardinagem e espiritualidade”, em cada mês, e convida voluntários a recuperar os jardins da Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral e participar em momentos de espiritualidade e oração.

Este fazer voluntariado, trabalhar com as mãos na terra, encontrar Deus aqui… Deus está na natureza e sente-se! E esta forma de ser simples, de estar com a mão na terra, é fundamental”.

O diretor da Casa de Retiros de Nossa Senhora do Rosário, em São Lourenço do Palmeiral, orienta “muitos exercícios espirituais” e destaca que “as pessoas gostam muito de rezar” nos espaços exteriores da casa, que “é encontrar Deus fora, encontrar Deus na capela, o Santíssimo, mas também perceber que Deus está fora, de outra forma, isto é fundamental”.

Foto: Agência Ecclesia/Paulo Rocha

O padre Gonçalo Machado, antes de entrar para a Companhia de Jesus, formou-se em agropecuária e teve uma empresa na área paisagística/jardinagem, durante 10 anos, com “vários funcionários”, o que foi útil para esta recuperação dos espaços naturais da Casa de Retiros em São Lourenço do Palmeiral e para o trabalho de acompanhamento da Associação Cristã de Empresários e Gestores – ACEGE na diocese algarvia.

Sacerdote há 10 anos, e Jesuíta desde 2002, há 22 anos, o entrevistado recorda que a descoberta da vocação para a consagração “foi através do voluntariado”, nomeadamente da formação da Associação Leigos para o Desenvolvimento, porque tinha “o sonho” de ir para a África, uma “ligação à natureza”.

“Fiz a formação, fiz os meus primeiros ‘exercícios espirituais’ e comecei a perceber que Deus me chamava para algo mais, para um estilo de vida de serviço, de entrega que era muito mais do que pontual, era uma entrega total. E estou muito contente, sinto-me muito contente de ser padre neste momento, e não trocava por nada”, desenvolveu.

Após 10 anos de uma vida “preenchida”, com a sua empresa no ramo paisagístico e da jardinagem, o futuro sacerdote entregou “tudo”, e recorda que no Evangelho “Jesus diz terás 100 vezes mais”, mas “não é 100 vezes, é muito mais”.

Para o padre Gonçalo Machado encontrar Deus pode acontecer numa capela ou no jardim da casa de retiros, mas também no meio do mar, onde faz windsurf.

“Eu dei aulas de windsurf. Fiz durante 30 anos windsurf. Ainda há 15 dias, uma semana estive a fazer windsurf aqui no Alvor. Cada vez mais percebo que é a natureza, andar no mar, na natureza, mas as pessoas. Este contacto humano, a atenção às pessoas, é o convívio, a alegria, o estar com as pessoas, isto é fundamental, é aqui que Deus revela cada vez mais”, desenvolveu o sacerdote Jesuíta, que, em breve, vai receber “uns amigos, que são casados há 25 anos pelo civil”, e vão casar ao Algarve, após a celebração, vão “fazer windsurf”.

A Igreja Católica, e várias Igrejas Cristãs, estão a viver a celebração ecuménica ‘Tempo da Criação’, este ano com o tema ‘Espera e age com a criação’, que começou no dia 1 de setembro e vai terminar a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis.

PR/CB

 

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