Igreja: Vida Consagrada tem vocação de estar na «linha da frente» (c/vídeo)

Padre Pedro Fernandes, vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, sublinha necessidade de «encontro»

Lisboa, 01 fev 2021 (Ecclesia) – O padre Pedro Fernandes, vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), afirmou que o conceito de linha da frente “está colado” ao projeto de vida dos consagrados.

Numa entrevista à Agência ECCLESIA, emitida esta segunda-feira na RTP2, o provincial dos Espiritanos realça que aos missionários é “pedido que vão ao encontro” daqueles “que estão do lado de lá”.

“O lado de lá é sobretudo existencial, muito mais do que geográfico e físico” porque é “o encontro com as pessoas, o encontro com os diferentes e o crescimento no diálogo e na fraternidade”, acrescenta.

A Igreja Católica em Portugal está a viver a Semana do Consagrado (26 de janeiro a 02 de fevereiro), mas este ano, devido à pandemia, as celebrações realizam-se em moldes diferentes e várias atividades da CIRP “foram canceladas ou modificadas”.

“A pandemia tem sido um grande desafio para os institutos da Vida Consagrada”, afirmou o entrevistado.

Para o vice-presidente da CIRP, as instituições de solidariedade social ligadas aos religioso e as entidades de educação e saúde, onde a vida religiosa está fortemente presente, “tornaram-se lugares inflamados neste combate à pandemia”.

Nalgumas áreas das missões «Ad gentes» (missionários que estão fora de Portugal), a “situação é catastrófica” porque “não há recursos no combate à pandemia e as populações estão muito fragilizadas”, acrescenta o religioso.

“Há uma percentagem elevadíssima de entidades ligadas à educação, saúde e solidariedade social que estão dependentes de institutos de vida religiosa”, frisou o padre Pedro Fernandes.

Tanto em Portugal como no mundo, a contribuição da vida religiosa nestes sectores “é enorme”, mas no período atual “tem havido muitas dificuldades”.

Os próprios religiosos/as têm enfrentado nas suas comunidades “o desafio da própria doença” porque “muitas comunidades têm tido surtos” de Covid-19.

Em relação aos Missionários Espiritanos em Portugal, o padre Pedro Fernandes salientou que têm “sido privilegiados”, porque tiveram “poucos casos e sem grande gravidade”.

Uma das obras sociais dos Missionários Espiritanos que “tem tido necessidade de se adaptar é o Centro Padre Alves Correia (CEPAC)” que acolhe e acompanha imigrantes “em situação frágil”.

Com a pandemia foi “preciso reinventar o modo de acompanhar as pessoas, evitando o contato direto, mas garantindo a mesma qualidade”, disse o provincial da congregação.

O vice-presidente da CIRP já esteve a trabalhar na Guiné-Bissau e Moçambique e recebe notícias com frequência destes países, especialmente de Moçambique, onde a assistência sanitária se tornou “ainda mais precária”, com a pandemia.

Em relação ao plano de vacinação, o padre Pedro Fernandes realça que deveria haver para os países africanos a “mesma celeridade” que existe na União Europeia.

PR/LFS/OC

Vida Consagrada: Ser consagrado na saúde

 

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