Igreja/Sociedade: Vaticano acolhe Encontro Mundial dos Movimentos Populares

Programa marcado por um simpósio e apresentação um livro com mensagens do Papa sobre os «3T: teto, terra e trabalho»

Encontro do Papa com Movimentos Populares na Bolívia

Cidade do Vaticano, 20 set 2024 (Ecclesia) – O Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral informa que o Vaticano vai receber um novo Encontro Mundial dos Movimentos Populares, hoje, pelo décimo aniversário do seu primeiro encontro com o Papa Francisco.

“É uma boa ocasião para refletir sobre o caminho percorrido durante este período com companheiros e companheiras de todo o mundo, levantando a bandeira da justiça social e da paz na nossa casa comum”, assinalam os organizadores, num comunicado enviado, dia 5 de setembro, à Agência ECCLESIA, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O Encontro Mundial de Movimentos Populares 2024 (EMMP) tem como tema ‘Levantar a bandeira contra a desumanização’, e é organizado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé com o EMMP.

Do programa deste novo evento consta um simpósio, para “dialogar e refletir” sobre o caminho desde o primeiro até ao quarto encontro mundial, “na perspetiva de enfrentar os problemas e desafios atuais”, e está prevista uma mensagem do Papa Francisco.

No EMMP 2024 vão intervir “várias pessoas de referência” dos movimentos populares e da Igreja Católica, como o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o cardeal Michael Czerny, e dirigentes do núcleo fundador do EMMP, como Juan Grabois, Xaro Castelló e João Pedro Stedile.

Vai ser também apresentado um livro com as mensagens do Papa Francisco aos Movimentos Populares, e outros textos, que “defendem os 3T”, e um vídeo comemorativo deste décimo aniversário.

Os movimentos populares vão comemorar os 10 anos do seu primeiro encontro mundial, no Vaticano, que ficou marcado pela audiência do Papa Francisco, em outubro de 2014.

O Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral recorda que o primeiro encontro mundial reuniu organizações de trabalhadoras e “trabalhadores humildes, marginalizados e sem direitos”, dos cinco continentes, um acontecimento que “uniu” a voz da Igreja Católica e dos movimentos populares no “grito partilhado dos ‘3T: teto, terra e trabalho’.

“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”, disse o Papa, no dia 28 outubro de 2014, cita o comunicado.

Francisco explicou que ‘Terra, teto e trabalho’, aquilo por que lutam os Movimentos Populares, “são direitos sagrados, reclamar isso não é nada de estranho, é a Doutrina Social da Igreja”, assinalou no discurso papal que abordou também temas da paz e da ecologia, para além das questões centrais do emprego e da habitação.

No ano seguinte, o II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, no dia 9 de julho de 2015, realizou-se na Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra, e contou também com a presença do Papa Francisco, em visita apostólica a este país, ao Equador e Paraguai.

O simpósio, no dia 20 de setembro (sexta-feira), começa às 10h00 locais (menos uma hora em Lisboa), e pode ser acompanhado online, no canal do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral no YouTube.

CB/OC

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