Igreja/Sociedade: Bispo do Algarve lamentou «guerras, atrocidades, desrespeito pela pessoa humana»

«A luz que brota da cruz ilumine e dê sentido a todas as situações de sofrimento e morte da vida» – D. Manuel Quintas

Faro, 29 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve alertou que “a guerra começa no coração” e também aí deve “começar o princípio da paz”, na reflexão de Sexta-feira Santa, onde desejou que “a luz da cruz gloriosa ilumine e dê sentido” ao “sofrimento e morte”.

“Sabemos como vivemos um tempo de grande instabilidade que nos provoca grande desconforto a todos os níveis do ponto de vista humano pelas guerras que há, pelas atrocidades que se cometem, pelo desrespeito pela pessoa humana”, disse D. Manuel Quintas, na homilia da celebração da Paixão do Senhor.

O bispo do Algarve, informa o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, afirmou que se “mata e esquarteja como se nada fosse”, fica-se “perplexos” como é possível haver “estas atitudes e estes gestos nos dias de hoje”.

Na celebração, presidiu na Sé de Faro, D. Manuel Quintas lamentou as “grandes guerras”, mas também as “pequenas guerras”, observando que em cada ano se é “surpreendido com o aumento das vítimas de violência doméstica”, mesmo na região do Algarve.

“A guerra começa no nosso coração e deve também aí começar o princípio da paz. Por isso, ao rezar uns pelos governantes, por aqueles que presidem aos destinos dos povos, peçamos ao Senhor também que semeie a paz no nosso coração e que nos faça também semeadores e construtores da verdadeira paz.”

O bispo diocesano explicou que uma das dez preces da Oração Universal (a oração dos fiéis), que ganha particular expressão em cada Sexta-feira Santa, é dedicada aos “governantes de todas as nações”: “Para que Deus dirija sua mente e o seu coração na procura da verdadeira paz”.

“Esta oração hoje tem de partir mesmo do fundo do nosso coração”, acrescentou D. Manuel Quintas, referindo as “tantas atrocidades” que se cometem, tanta gente inocente que “vê a sua vida truncada, de maneira tão injusta, sem explicação”.

Na celebração da Paixão do Senhor, o bispo do Algarve desejou que “a luz que brota da cruz gloriosa de Cristo ilumine e dê sentido a todas as situações de sofrimento e morte da vida da humanidade”, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.

Foto Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Iniciámos esta celebração em silêncio e conclui-la-emos também do mesmo modo. Não se trata de um silêncio vazio, sem sentido, mas de um silêncio que se transforma em oração, em grito fecundo, testemunha do amor sem limites de Deus pela humanidade. Possa este silêncio, contemplativo e orante, que caracteriza esta sexta-feira santa e também o dia de amanhã, ser expressão do acolhimento do amor até o fim que a cruz gloriosa de Cristo quotidianamente nos transmite.”

CB

 

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