Igreja: Pastoral das Migrações mostra rostos concretos da «diversidade na comunhão» – Eugénia Quaresma

Missionários que acompanham migrantes de língua portuguesa na Europa estão reunidos em Roma

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA a Roma

Roma, 24 out 2023 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações disse que o trabalho da Igreja neste campo abre as suas comunidades para a “diversidade” de tradições e sensibilidades, tornando-a mais rica.

“A Pastoral das Migrações ajuda a Igreja a alargar este horizonte, a perceber melhor o que é esta diversidade na comunhão”, disse hoje Eugénia Quaresma, em declarações à Agência ECCLESIA.

Os missionários da diáspora da língua portuguesa estão reunidos de segunda a sexta-feira, em Roma, para refletir sobre o tema ‘A diversidade de rostos da Igreja’.

“As nossas comunidades integram as diversas nacionalidades que falam português e, portanto, sentem na pele esta diversidade de percursos, esta diversidade de culturas, sentem as tensões daquilo que é diferente, sentem a riqueza daquilo que que também é diferente e sentem”, precisou Eugénia Quaresma.

Os trabalhos vão abordar o impacto da JMJ Lisboa 2023 nos vários países que acolhem estes migrantes.

“Para muitos foi a oportunidade de ir especificamente à terra dos pais, à terra dos avós e conhecer de perto a cultura, o acolhimento hospitalizada, a gastronomia, a paisagem portuguesa”, observou a diretora da OCPM

A JMJ é a experiência de que é possível sermos uma família humana, vindo de tantas nações. Estávamos ali, com diversas línguas, é verdade, mas unidos pela mesma fé, pelo mesmo desejo não só de encontrar o Papa Francisco, mas de levar para casa, a mensagem de Cristo, a mensagem do Evangelho”.

O encontro em Roma é acompanhado por D. Manuel Quintas, bispo Diocese do Algarve e membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que manifestou “muito apreço” pelo serviço que os missionários prestam às comunidades de língua portuguesa, em comunidades “tão diversificadas”.

O responsável fala de um “grande trabalho ao nível da evangelização” e da “promoção humana”, ajudando quem chega a encontrar trabalho e habitação.

O encontro acontece na semana conclusiva da primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo, uma coincidência sublinhada pelo bispo do Algarve.

“As comunidades de língua portuguesa estão na Europa e isso obriga a uma abertura ainda maior a esta grande capacidade de escuta, como nos pediu o Papa logo, logo no início da caminhada sinodal nas dioceses”, assinalou D. Manuel Quintas.

O diretor nacional da Pastoral das Migrações na Alemanha, Lukas Schreiber, considerou, por sua vez, que é “muito importante que as comunidades de língua portuguesa se sintam em casa, nas paróquias e dioceses alemãs”.

Os participantes vão estar na audiência geral com o Papa Francisco, esta quarta-feira, seguindo-se encontros no Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e com a Comunidade de Santo Egídio.

Lukas Schreiber sublinha a importância destas experiências de “Igreja universal”, para a construção de comunidades católicas abertas ao contributo de todos, com as suas formas próprias de “celebrar a fé” e de pensamento teológico.

OC

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