Igreja/Media: «Diário do Minho», 100 anos de presença cristã apontada ao futuro (c/fotos)

Jornal recebe «Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão», a título honorífico

Agência Ecclesia/HM

Braga, 28 mai 2019 (Eceelsia) – O jornal ‘Diário do Minho’ (DM), da Arquidiocese de Braga, vai receber esta quinta-feira o ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’, a título honorífico, nos seus 100 anos de existência, uma distinção do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Damião Pereira, diretor de informação do DM, refere à Agência ECCLESIA que a “identidade cristã” própria do jornal da Arquidiocese de Braga, obriga a olhar a realidade com “verdade, objetividade”.

“O Diário do Minho é um jornal como os outros. Aquilo que nos distingue são os critérios na valoração das notícias, a maneira de fazer, de tratar, a forma como procuramos explicar a quem nos lê”, assinala.

O responsável assume que “a aposta no digital é uma necessidade”, elogiando o “muito esforço” de toda a equipa ligada à publicação, que procura assegurar a “sustentabilidade do projeto”.

Para o futuro do Diário do Minho é fundamental o trabalho da Gráfica da empresa, que imprime cerca de 130 jornais regionais, além de livros, revistas, catálogos.

O padre Paulo Terroso, diretor do Departamento Arquidiocesano das Comunicações Sociais da Braga, sublinha que a Igreja local quer ter “uma palavra, no espaço mediático, na discussão pública”, fazendo “uma leitura, em chave cristã, da realidade”.

“O cenário é adverso, num duplo sentido: quer o jornal quer as gráficas, no país, vivem um contexto que não é fácil”, admite o sacerdote, para quem o DM é “um projeto que faz sentido para toda a arquidiocese”.

“O jornal, apesar de não ser lucrativo, é fundamental”, insiste.

Agência Ecclesia/HM

Diretor do Diário do Minho de 1970 até 1997, monsenhor Silva Araújo realça à Agência ECCLESIA que a a passagem pelo jornal o levou a “contactar com outras pessoas, com outro mundo. Passei a ver a realidade de outra maneira, por outro prisma”.

As memórias do sacerdote passam pelo tempo em que “grande parte do jornal era feito à mão”, recorda, ainda com “censura prévia”.

O autor apresenta-se como “defensor da imprensa da Igreja”, como forma de assegurar “liberdade” no tratamento dos temas.

Luísa Teresa Ribeiro, chefe de redação do DM, é minhota e trabalha num jornal que “sempre fez parte” das suas referências, admitindo que existe uma “agenda muito pressionante”, com uma “legítima expectativa”, por parte da comunidade, de que o jornal divulgue informação de caráter regional.

O centenário foi oportunidade para ir ao encontro das escolas da cidade, mostrando como é que se “constrói” um jornal, num esforço de “aproximação aos jovens”, acrescenta.

José Eduardo, editor de desporto, está no DM há 41 anos, procurando oferecer aos leitores um olhar mais centrado sobre a “realidade distrital”, com atenção à “imensidão” de modalidades e de equipas em competição, particularmente na formação.

Em 2019/2020 haverá 5 equipas do distrito na I Liga, o principal campeonato de futebol do país.

“Nós temos a noção exata da importância que tem o desporto no diário do Minho, sendo um jornal de inspiração cristã que não se alheia da sociedade”, sublinha o jornalista.

Agência Ecclesia/HM

O cónego João Aguiar Campos, antigo diretor do DM e do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, destaca que a “Igreja tem de comunicar, fora dos adros, fora dos templos, e os meios de comunicação social são imprescindíveis, para isso”.

O sacerdote destaca a importância de um jornalismo de proximidade, “muito vinculado à região”, sem que isso impeça de “olhar para mais longe”.

“Entre o local e o global, porque há questões universais, joga-se o futuro do jornal. Até porque se continuarmos apenas a pensar no nosso bairro ou na nossa rua, a curto prazo morremos”, adverte.

Para o antigo diretor do DM, um jornal em papel tem a missão de aumentar a “capacidade crítica” e de “interpretação”, para que as decisões da população sejam “informada”.

“Um meio de comunicação da Igreja tem de ser uma estrada de duas vias: revelar o mundo à Igreja e esta dizer ao mundo o que pensa sobre essas questões”, observa.

Assinalando o centenário do Diário do Minho, o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais saúda um “projeto de grande relevância no setor dos media”, por “manter bem vivo o dinamismo editorial”.

A entrega, a título honorífico, o “Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão”, acontece esta quinta-feira, na sessão de apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019 (2 de junho), com início pelas 17h00, no Auditório da Renascença, em Lisboa.

HM/OC

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