Igreja/Eutanásia: «Direito à vida humana é inviolável» – D. Manuel Clemente

Cardeal-patriarca diz que ninguém deve «desistir»

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 22 mai 2023 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa lamentou este domingo a aprovação da lei da eutanásia em Portugal, sublinhando que ninguém deve “desistir” na luta pela defesa da vida.

“Nós estamos na frente da vida e acreditamos que, como diz a nossa Constituição, o direito à vida humana é inviolável. E levamos isto a sério. Não é por acaso que isto está na Constituição da República, mas é preciso também estar na vida e na prática das pessoas e das instituições”, disse D. Manuel Clemente, na homilia da Eucaristia a que presidiu na igreja de Santo Antão do Tojal, em Lisboa.

O responsável católico, citado pela Renascença, mostrou-se triste pela aprovação da lei da eutanásia, apontando que a Igreja se vai manter na “frente da vida”.

“Todos nós sabemos que não é fácil, mas também sabemos que não podemos desistir”, insistiu.

Não podemos desistir e eu quero saudar todos os membros que aqui estão das instituições que lutam pela vida porque eles são os primeiros a não desistir no dia a dia, quer nas posições que tomam formalmente quer nas posições que tomam realmente no dia a dia das suas vidas e dos seus serviços”.

 

O patriarca de Lisboa apelou ao realismo na forma como a vida é apresentada, “não só aos mais novos, mas àqueles que são novos há mais tempo, como um mar de rosas desejável em que tudo correrá bem”.

“É muito bom que todos nós, desde pequenos, sejamos postos diante da realidade da vida, que é uma vida que tem muitas contradições, tem momentos de felicidade momentânea porque tudo corre bem e responde imediatamente ao nosso desejo. E há momentos em nós e nos outros em que as coisas não correm bem e, fisicamente, até correm muito mal”, apontou.

Para o cardeal português, a resposta é “a companhia”, apelando a “uma reconversão social em relação à vida que nunca a ponha em causa desde a gestação até à morte natural”.

“Muitas pessoas desistem de viver porque estão sós e não suportam viver sozinhas aquilo que a vida lhes oferece. E é tão triste e tão duro. Precisam de companhia. Viver é conviver”, alertou.

OC

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