Igreja/Estado: Cardeal Américo Aguiar saúda aprovação do OE 2025 e pede soluções para «problemas novos»

Responsável de Setúbal fala em território que sofre com pobreza e «consequências da mobilidade» mas reconhece «potencialidades» em novos caminho de «reindustrialização»

Foto: Diocese de Setúbal/Ricardo Perna

Almada, 30 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse hoje à Agência ECCLESIA que as questões de mobilidade e pobreza afetam a população da sua diocese.

“A mobilidade é algo muito sensível à vida das pessoas, nomeadamente àqueles que têm que sair de casa 5, 6 da manhã para trabalhar em Lisboa e que regressam à noite. Isto tem consequências na família e também tem consequências económicas e financeiras, porque uma parte significativa da pobreza que identificamos neste território são pessoas que trabalham, são pessoas que se esforçam e os rendimentos não permitem cobrir os seus compromissos”, explicou o cardeal D. Américo Aguiar.

O responsável falava um dia após o OE 2025 ter sido aprovado na votação final global com votos a favor dos dois partidos da Aliança Democrática, PSD e CDS-PP, a abstenção do PS, e os votos contra do Chega, Iniciativa Liberal, BE, PCP, Livre e PAN.

O responsável da Diocese de Setúbal deu conta que vai, “dentro de dias”, encontrar-se com “todos os deputados do círculo eleitoral de Setúbal”.

“O encontro serve para estarmos mais próximos, nos conhecermos, e eu gritar-lhes os gritos desta população. Quero também ouvir da parte deles aquilo que são os focos e os projetos e as prioridades que cada um tem, mediante as sensibilidades partidárias diferentes, para com este território”, explicou.

D. Américo Aguiar recordou que o território de Setúbal vai ter acesso direto aos fundos comunitários, sendo esta uma oportunidade para “recuperar um tempo que perdeu ao estar agregado aos critérios dos fundos comunitários de Lisboa”.

“Este é um território com potencialidades que eu não encontro num outro ponto do país, nomeadamente naquilo que é a urgência de uma reindustrialização da Europa, de uma reindustrialização do território, num território que já o foi, que viveu traumaticamente a crise da industrialização e que agora pode abraçar e acolher uma nova indústria, uma indústria mais ecológica, uma indústria mais amiga dos próprios trabalhadores, e esses são desafios que estão em cima da mesa, associando depois a duas questões que são muito sensíveis neste território”, traduziu.

 OC/LS

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