Igreja: Arquitetura e arte estão ao serviço da celebração litúrgica – Papa Francisco

Encontro das Academias Pontifícias reconheceu trabalho arquitetónico na requalificação de espaços celebrativos

Foto: Paróquia de Freamunde

Cidade do Vaticano, 15 mar 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu uma mensagem aos participantes na 26ª Sessão Pública das Academias Pontifícias, sublinhando que a arquitetura sacra concorre para momentos significativos das comunidades que celebram.

“Sabemos bem como o ambiente celebrativo é importante para fomentar a oração e um sentido de comunhão: espaço, luz, acústica, cores, imagens, símbolos, mobiliário litúrgico constituem elementos fundamentais dessa realidade, desse acontecimento, humano e divino ao mesmo tempo, que é precisamente a liturgia”, refere, num texto divulgado esta terça-feira pela Santa Sé.

O encontro foi conduzido pelo cardeal José Tolentino Mendonça, que assume a presidência do Conselho de Coordenação entre as Academias Pontifícias, por inerência do cargo que assume como prefeito do Dicastério da Cultura e Educação.

O debate “atual”, reconheceu o Papa, incide sobre propostas para a renovação da arquitetura sacra, que, indica, “tem a árdua tarefa de criar, especialmente nos novos bairros, na periferia das cidades e nas pequenas vilas, espaços adequados nos quais a comunidade cristã possa celebrar dignamente a sagrada liturgia de acordo com os ensinamentos do Concílio Vaticano II”.

Francisco centrou-se na forma como as questões “arquitetónicas e artísticas” concorrem para a celebração litúrgica.

A partir da Carta Apostólica ‘Desiderio desideravi’, dedicada à formação litúrgica, Francisco recordou que “a arte de celebrar deve estar em sintonia com a ação do Espírito”.

“É essencial redescobrir a linguagem simbólica e ser capaz de a compreender”, assinalou.

Foto: Paróquia de Freamunde

Francisco disse que a inspiração da criatividade artística e arquitetónica, “que na visão cristã brota precisamente da vida litúrgica, da ação do Espírito”, “não está sujeita apenas à subjetividade humana”.

“Tendo perdido a capacidade de compreender o valor simbólico do corpo e de cada criatura torna a linguagem simbólica da liturgia quase inacessível ao homem moderno. Não se trata, contudo, de renunciar a tal linguagem: não é possível renunciar a ela porque foi o que a Santíssima Trindade escolheu para nos alcançar na carne da Palavra. Trata-se antes de recuperar a capacidade de colocar e compreender os símbolos da Liturgia”, recordou.

Durante o encontro decorreu a atribuição da Medalha de Ouro do pontificado ao trabalho de intervenção de renovação litúrgica e adaptação da capela da Fundação Santos Francisco de Assis e Catarina de Siena, em Roma, ao estúdio OPPS, e também a atribuição da Medalha de Prata do Pontificado à arquiteta Federica Frino, pelo projeto da nova igreja de São Tomás, em Pontedera (Itália)

LS

 

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