Guiné-Bissau: «Eu próprio vou trazer a imagem [de Fátima]», disse padre Artur Oliveira, que impulsionou dedicação de Igreja de Ambuduco a Nossa Senhora

Antigo capelão militar regressou 42 anos depois ao país, onde tinha realizado missão em 1974, e deparou-se com uma capela «nua», sem santo ou crucifixo

Padre Artur Oliveira, antigo capelão militar

Lisboa, 09 ago 2024 (Ecclesia) – A região de Ambuduco, no arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, tornou-se, em 2016, mais um lugar da presença de Fátima no mundo, depois da visita do padre português Artur Oliveira que decidiu dedicar a igreja da região a Nossa Senhora.

O antigo capelão militar estava na Guiné-Bissau há 50 anos, numa missão que apenas durou seis meses por conta da Revolução do 25 de Abril, mas ali voltou anos depois.

“Regressei à Guiné 42 anos depois por instigação ou por organização da chamada UASP, União dos Alunos dos Seminários Portugueses”, afirma o padre Artur Oliveira, que diz que na ocasião visitaram Ambuduco, na ilha de Orango, no arquipélago de Bijagós.

“E fomos visitar precisamente a capela”, refere o sacerdote, que acrescenta que “não havia santo”, “não havia dedicação”, “não havia cruz”, “não havia absolutamente nada”.

“Era uma ‘tabanquinha’ totalmente despida, nua. Fiquei um pouco espantado e, a certa altura, perguntei assim: ‘então, mas não há aqui nem santo, nem crucifixo, nem nada a quem dedicar esta que vocês chamam capela?’. Não, não [responderam]. Decretei muito solenemente: Nossa Senhora de Fátima. Eu próprio vou trazer a imagem”, declarou.

O antigo capelão militar assumiu o objetivo de dentro de 15 dias voltar à região, com outro grupo, e de ser o próprio a entregar a figura de Nossa Senhora de Fátima.

“Em Fátima, procurei, comprei, ou seja, deram-me a imagem de Nossa Senhora de Fátima, muito grande, dentro de um bom estojo, foi sempre comigo dentro do avião, sempre comigo, sem problema nenhum”, conta.

No entanto, no regresso não foi possível chegar à ilha: “Regressámos até Orango, e aí, claro, era para entregar a imagem no local próprio que era Ambuduco. Só que o barco era mais pequenito, não podia chegar a Ambuduco […] não houve hipótese nenhuma de lá ir levar a imagem”, lamenta.

Segundo o padre Artur Oliveira, a entrega da imagem foi feita ao catequista, e mais tarde recebeu imagens do momento em que estava também presente um padre italiano, que fez a bênção, com toda a solenidade.

O antigo capelão militar não tem dúvida alguma que Fátima está não só presente nos grandes santuários como também nas capelas mais recônditas.

“Depois desta dedicação solene que foi feita e, portanto, havia já a ideia de Nossa Senhora de Fátima, mas assim ficou muito mais concreta, precisamente nesta ida e nesta entrega”, evidencia.

Fátima no mundo e histórias de emigrantes vão marcar o programa ‘70×7’ do próximo domingo, transmitido às 20h30, na RTP2.

PR/LJ

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