«São 40 dias para olharmos o deserto do mundo e da nossa vida pessoal» – D. Manuel Felício
Guarda, 19 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo da Guarda presidiu à Missa do primeiro domingo da Quaresma, “40 dias de preparação para a Páscoa”, na Sé diocesana “cheia de fiéis”, onde celebraram também o centenário da Fundação da Liga dos Servos de Jesus.
“Queremos vivê-los em intensa revisão de vida para depois podermos renovar, com verdade, as promessas do nosso Batismo, como previsto na Noite Pascal. São 40 dias para olharmos o deserto do mundo e da nossa vida pessoal, procurando, no meio das provações que o deserto supõe, refazer a experiência da proximidade e da companhia de Deus, que o Seu Povo também fez, mesmo à mistura com muitas infidelidades”, disse D. Manuel Felício, na homilia.
Na homilia dominical, enviada esta segunda-feira à Agência ECCLESIA, o bispo da Guarda explicou que no primeiro Domingo da Quaresma começavam por “dar graças ao Senhor” por mais 40 dias de preparação para a Solenidade da Páscoa, e destacou que também Jesus “quis experimentar a agrura do deserto”, “conduzido pelo Espírito”, como ouviram da leitura do Evangelho de São Marcos.
Neste primeiro domingo do tempo litúrgico da Quaresma, a Diocese da Guarda festejou também os 100 anos da Liga dos Servos de Jesus, “um extraordinário dom de Deus à Igreja e em particular à diocese”, através do seu fundador, o Venerável Servo de Deus D. João de Oliveira Matos.
“Este centenário, que vem sendo preparado desde há mais de um ano, tem de servir para a Liga dos Servos de Jesus, por um lado, revisitar a sua identidade e missão, que estão espelhadas no documento fundacional e, por outro, olhar em frente e ver que respostas é necessário dar às novas situações da Igreja e do mundo que requerem a sua ação continuada”, assinalou D. Manuel Felício.
Par o bispo da Guarda, esse documento fundacional da Liga dos Servos de Jesus, com data de 17 de fevereiro de 1924, “há cem anos”, assinado pela secretária Palmira Dinis da Fonseca, contém “os pontos essenciais para a vida da Liga que é necessário retomar” e de forma adaptada às circunstâncias atuais, da Igreja e da própria sociedade.
“Estes 100 anos são caminho andado em que os propósitos identitários recolhidos no ato fundacional foram sendo postos em prática, de várias maneiras e com variados ajustamentos, às diferentes situações, mas sempre de olhos colocados no propósito original do Fundador”, realçou.
Durante 38 anos, de 1924 a 1962, a Liga dos Servos de Jesus contou com a presença física do seu fundador, o então bispo auxiliar da Guarda, D. João de Oliveira Matos, uma “etapa importante que muito ajudou a consolidar a identidade do carisma e a sua missão”.
“É normal que o carisma da Liga, procurando sempre manter a fidelidade às origens, vá procurando ler e interpretar as novas interpelações que lhe faz a atualidade da vida da Igreja e do mundo; É o que hoje temos de continuar a fazer perante as novas decisões que é preciso tomar”, indiciou D. Manuel Felício.
O bispo recordou que, “como prenda de centenário”, a Diocese da Guarda destina a sua renúncia quaresmal 2024 para a Liga dos Servos de Jesus, com a “expressa finalidade de, em cooperação com os missionários da Boa Nova, revitalizar o Centro Missionário de Espiritualidade que criou em Angola”.
A Diocese da Guarda, na nota enviada à Agência ECCLESIA, informa que a comemoração deste centenário terminou no Outeiro de São Miguel com uma cantata a D. João de Oliveira Matos, pelos alunos e professores da Escola Regional Dr. José Dinis da Fonseca.
O Papa Francisco declarou “a heroicidade das virtudes” de D. João de Oliveira Matos (83 anos de idade: 1 de março de 1879, Valverde-Fundão/ 29 de agosto de 1962, Guarda), através do decreto que concedeu o título de Venerável, a 3 de junho de 2013.
CB/OC
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