Finanças: «Banco do Vaticano» com lucros de 18 milhões de euros

Papa institui Comissão para «garantir a natureza ética dos investimentos»

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Cidade do Vaticano, 07 jun 2022 (Ecclesia) – O Instituto para Obras de Religião (IOR), conhecido como o “banco do Vaticano”, publicou hoje o seu relatório anual relativo a 2021, que apresenta um lucro líquido de 18,1 milhões de euros.

Em 2020, o lucro líquido tinha sido de 36,4 milhões de euros.

Os responsáveis da instituição assumem um processo de investimento com base no risco e coerente com a ética católica, aplicado à gestão dos próprios ativos.

O documento “foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Superintendência do Instituto e, como destaca o Estatuto, encaminhado à Comissão dos Cardeais”, refere uma nota da Santa Sé, divulgada online.

A Comissão dos Cardeais destacou a “solidez dos dados financeiros” do exercício 2021 e “sujeita às necessidades de capitalização do Instituto”, deliberou a devolução dos lucros.

“O crescimento dos ativos sob gestão reflete os bons resultados alcançados da gestão de ativos dos clientes, operando em coerência e aplicação dos princípios da Doutrina Social da Igreja”, acrescenta a nota.

O IOR, indica o Vaticano, “continuou a manter como prioridade o seu compromisso em cumprir todas as regras e regulamentos aplicáveis, confirmando a sua transformação cultural”.

A instituição presta serviços financeiros ao Estado da Cidade do Vaticano e entidades católicas em todo o mundo.

Ainda hoje, o Papa instituiu a Comissão para os Investimentos, prevista pelo artigo 227 da nova Constituição da Cúria Romana, ‘Praedicate Evangelium’, que entrou em vigor no domingo.

O organismo é presidido pelo cardeal norte-americano D. Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé) e integra vários especialistas: Jean Pierre Casey (Reino Unido), fundador e diretor administrativo da ‘RegHedge’, empresa que utiliza inteligência artificial para obter informações s sobre investimentos a partir de políticas governamentais, coordenador britânico da Fundação ‘Centesimus Annus pro Pontifice’; Giovanni Gay (Alemanha), diretor administrativo da ‘Union Investment Privatfonds GmbH’ e um dos responsáveis da ‘Union Investment Group’; David Harris (Suécia), gerente de portfólio e sócio da ‘Skagen Funds’, com experiência em mercados acionários globais e investimentos sustentáveis; John J. Zona (EUA), responsável pelo escritório de investimentos do ‘Boston College’.

A comissão visa “garantir a natureza ética dos investimentos em valores mobiliários da Santa Sé de acordo com a Doutrina Social da Igreja e, ao mesmo tempo, a sua rentabilidade, adequação e grau de risco”.

OC

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