Évora: D. Senra Coelho ordenou diácono Tomás Dias a quem pediu «proximidade» e «serviço» às pessoas

Arcebispo de Évora pediu combate ao clericalismo e apoio das comunidades para que ministros ordenados não sintam «solidão e isolamento»

Foto: Arquidiocese de Évora

Évora, 09 dez 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu à ordenação diaconal de Tomás Dias a quem lembrou que o “obstáculo” ao ministério e à missão é o “clericalismo”, que confunde “privilégio” com “serviço”, e pediu “proximidade” com as pessoas.

“Um obstáculo ao ministério e à missão é constituído pelo clericalismo. Este nasce da má compreensão do chamamento divino, que leva a concebê-la mais como um privilégio que como um serviço, e manifesta-se num estilo de poder mundano que se recusa a prestar contas. Esta deformação do sacerdócio deve ser contrastada, desde as primeiras fases da formação, através de um contacto vivo com a quotidianidade do Povo de Deus e de uma experiência concreta de serviço às pessoas mais necessitadas”, pediu D. Francisco Senra Coelho, durante a homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.

A arquidiocese de Évora ordenou Tomás Dias como diácono, numa celebração que decorreu na Sé, esta sexta-feira, solenidade da Imaculada Conceição.

D. Senra Coelho lembrou ao jovem de 24 anos a importância da “autoconsciência das próprias capacidades bem como dos próprios limites”, e sublinhou que o ministério ordenado deve ser marcado por “um estilo de corresponsabilidade”.

“A formação humana deve garantir um percurso de conhecimento realista de si mesmo, que se integre com o crescimento cultural, espiritual e apostólico. Neste percurso, não se deve subvalorizar o contributo da família de origem e da comunidade cristã, dentro da qual o jovem amadureceu a sua vocação, e de outras famílias que acompanham o seu crescimento”, frisou.

O responsável lembrou que, na Igreja sinodal, “os ministros ordenados são chamados a viver o serviço ao Povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração”, guiados pelo “exercício da autoridade de Jesus”.

“Hoje, não se pode imaginar o ministério do presbítero, a não ser em relação com o Bispo, no presbitério, em profunda comunhão com os outros ministérios e carismas. Infelizmente, o clericalismo é uma atitude que pode manifestar-se não apenas nos ministros, mas também nos leigos”, advertiu.

D. Senra Coelho sublinhou ainda, durante a celebração a que presidiu, a importância do apoio das comunidades cristãs, através da “oração, amizade e colaboração”, para que os ministros ordenados não “experimentem a solidão e isolamento”.

LS

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