Évora: “A visita da Pastoral da Saúde, às vezes, é a única que as pessoas têm durante a semana” – Padre Manuel Vieira

Arquidiocese promove três encontros, entre janeiro e fevereiro, dedicados à “Longevidade, Solidão e Esperança”

Agência ECCLESIA

Évora, 26 jan 2024 (Ecclesia) – O padre Manuel Vieira, assistente diocesano da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Évora, disse que “a visita da Pastoral da Saúde, às vezes, é a única que as pessoas têm durante a semana”, lamentando o isolamento dos mais velhos.

“A solidão pesa e pesa muito, a solidão mata”, afirmou, em entrevista ao Podcast “Ser Igreja”, da Arquidiocese de Évora, a propósito da iniciativa que a Pastoral da Saúde dinamiza entre janeiro (dia 27) e fevereiro (3 e 24 de fevereiro), com o tema “Longevidade, Solidão e Esperança”.

A longevidade e a solidão associadas, segundo o padre Manuel Vieira, não trazem bons frutos e, por isso, é necessário um “terceiro fator”: “a esperança”.

“Quando falamos de esperança não é apenas uma esperança vaga e etérea, mas é conseguir trazer qualidade de vida a estes anos, e tentar que estas pessoas depois tenham satisfação, encontrem satisfação na vida que têm, e isso passa muito pela estimulação das redes de contactos, pelas comunidades locais, que se possam dinamizar e que podem assegurar algum acompanhamento destas pessoas”, indica.

O sacerdote explica que o trabalho da Pastoral da Saúde passa por “mobilizar pequenos grupos, pequenas equipas” para “visitar os doentes, acompanhá-los, acompanhar as famílias”.

A visita dos voluntários, que disponibilizam o tempo livre, é muitas vezes a oportunidade que os mais velhos têm para “conversar num bocadinho”.

“Às vezes, não é preciso mais do que isso. É verdade que a Pastoral da Saúde pode fazer mais. E faz mais. Mas só esse lado, de ir, por um lado, monitorizando as situações de isolamento e de solidão e de doença. E, por outro lado, garantindo algum tipo de presença, só isso já é importantíssimo”, destaca.

Nos últimos anos, adianta o padre Manuel Vieira, a Arquidiocese tem procurado descentralizar as atividades de Évora, para ir ao encontro das comunidades, de forma a percorrer as paróquias da diocese e chegar perto das equipas locais.

“A nível metodológico, pareceu-nos que o melhor era fazer 3 encontros, um para cada zona” (zonas oeste, leste e centro/sul), afirmou.

“É também uma oportunidade de nos irmos encontrar com estes grupos, com estas pessoas, reforçar um bocadinho as razões pelas quais estão a fazer o seu trabalho e a cumprir a sua missão, e pelas quais vale a pena continuarem a trabalhar. No fundo é um bocadinho um papel de estimulação destas equipas também”, referiu.

O programa é comum aos três encontros, iniciando-se com a oração da manhã, às 10h, seguida do Tema 1: “Solidão, Saúde e Velhice”.

Após um intervalo, apresenta-se o Tema 2: “Longevidade: símbolo e oportunidade”, e por último a eucaristia, pelas 12h.

O assistente diocesano da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Évora deixou o convite para a comunidades aderirem às equipas locais e ajudarem os mais frágeis.

“A Pastoral da Saúde pode ser uma forma de colaborar. Que se dirijam às paróquias, que falem com os párocos, com as equipas locais e disponibilizem-se”, convidou.

O Dia Mundial do Doente celebra-se a 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, e na mensagem para este ano, o Papa escolheu como tema “Não é conveniente que o homem esteja só”.

LJ

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