Educação: Escolas católicas desafiadas a pensar sustentabilidade, liderança e qualidade de ensino

Formação de professores, identidade, cooperação entre escolas e relação com a comunidade são desafios que o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã pede que sejam analisados até ao III Congresso

Foto João Cláudio Fernandes

Fátima, 11 out 2024 (Ecclesia) – D. António Augusto Azevedo pediu aos participantes do II Congresso da Escola Católica que o próximo encontro “não demore 20 anos” e que até lá, questões como a sustentabilidade, a liderança, a qualidade do ensino seja refletido.

“O primeiro congresso foi há 20 anos. (Deixo) um desafio muito simples: não vamos esperar outros 20 anos para o próximo congresso. Num prazo razoável, quatro, cinco anos, possamos reencontrar-nos novamente para celebrarmos o caminho realizado”, convidou o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, no encerramento do congresso que hoje terminou em Fátima.

O responsável na sua intervenção final mostrou-se preocupado com a “sustentabilidade das escolas católicas”, também com a manutenção da sua “identidade” e desafiou à reflexão da liderança destes estabelecimentos de ensino.

“Com a falta de vocações das congregações religiosas, como estamos a preparar as lideranças laicas das escolas?”, questionou.

O bispo de Vila Real quis ainda partilhar a preocupação com o quadro docente das escolas católicas, para que estas instituições não passem “as dificuldades” que as escolas públicas estão a atravessas e indicou o investimento que o Secretariado Nacional de Educação Cristã está a fazer na formação de professores de Educação Moral de Religiosa Católica.

O responsável quis ainda deixar alguns apelos que indicou serem “trabalho para casa”, até ao III Congresso.

“Como conciliar na escola católica qualidade de ensino, que nunca podemos prescindir, princípios éticos e educativos básicos, que nunca podemos prescindir, e inovação pedagógica?”, questionou.

“Como garantir uma formação integral e de qualidade aos nossos alunos e o espaço da Educação moral e religiosa católica nas escolas católicas?”, avançou ainda.

O residente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé pediu “cooperação entre escolas católicas” e formas de “reforçar a relação das escolas com a comunidade cristã “.

D. António Augusto Azevedo pediu ainda para se identificarem “estratégias para um diálogo mais produtivo com o Estado”.

A terminar a sua intervenção, no final do encontro, o responsável relembrou o pedido do Papa Francisco para fomentar a literatura na formação.

“O Papa Francisco, que foi professor de Literatura, pede-nos a todos nós, escolas católicas, faça-nos alguma coisa para fomentar a leitura nos nossos alunos. É o pedido do Papa.  E portanto, transmito e partilho também com vocês”, finalizou.

O II Congresso da Escola Católica terminou em Fátima e foi promovido pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), tendo participado 350 pessoas que analisaram a «Identidade e Pacto num mundo global».

Juan Antonio Orjeda, da Organização Internacional da Educação Católica – OIEC, encerrando o encontro pediu cooperação entre as escolas e capacidade de “ir ao encontro, trabalhando com outros centros educativos”.

O Diretor da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, João Gonçalves lembrou a importância da “complementaridade, entre público e privado”.

“São sistemas complementares, e historicamente o papel do privado foi até muito importante, na medida em que nos espaços em que não existia o público, durante muitos anos fez esse serviço à comunidade. É por aí que pensamos que devemos continuar”, finalizou.

LJ/LS

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