Ecologia: São Francisco de Assis foi «voz absolutamente única» – Viriato Soromenho Marques (c/vídeo)

Docente universitário sublinha atualidade de uma mensagem de fraternidade e respeito pela natureza

Lisboa, 04 Out 2021 (Ecclesia) – Viriato Soromenho Marques, professor catedrático de Filosofia Política, considera que a sociedade precisa de recordar a mensagem de São Francisco de Assis (1182-1226), “mais válida hoje do que era há 800 anos”.

“Ele foi uma voz absolutamente única, fundamentalmente naquilo que ele propôs e no exemplo da sua vida” disse à Agência ECCLESIA o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

No dia em que a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de São Francisco e termina a iniciativa ecuménica ‘Tempo da Criação’, Viriato Soromenho Marques realça que a proposta do santo de Assis visava “estabelecer a fraternidade entre os seres humanos e o mundo”.

“A novidade de São Francisco de Assis para o século XXI é ajudar a sair da prisão” em que o mundo se encontra, “uma espécie de cegueira conceptual”.

Desde 1 de setembro até hoje, viveu-se o ‘Tempo da Criação’, na qual as Igrejas cristãs foram convidadas a olhar de outra forma para o ambiente e o ser humano, apelando a uma conversão a estilos de vida mais inclusivos, equilibrados e naturais.

Viriato Soromenho Marques entende que as pessoas continuam a ter “uma visão instrumental do mundo, como se ele fosse um grande armazém”, que “não se esgota”.

O entrevistado realça que Francisco de Assis representa “uma pequena diferença que faz toda a diferença, a de saber qual o lugar das pessoas no mundo”.

Esta visão do mundo, recuperada pelo Papa Francisco, é, segundo o docente, a chamada “ecologia integral”, porque “todos fazem parte da mesma comunidade”.

“Só hoje se percebe a mensagem deixada por São Francisco de Assis”, numa sociedade que enfrenta “um risco existencial”, acentua o entrevistado do programa ECCLESIA emitido esta segunda-feira n RTP2.

Para Viriato Soromenho Marques, as lideranças religiosas “têm de ocupar um espaço mais ativo” e o Papa Francisco fez, neste contexto, “uma diferença gigantesca com o seu discurso permanente”.

LS/LFS/OC

 

 

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