Diálogo inter-religioso: Papa vai visitar «Túnel da Fraternidade», na Indonésia, e assinar declaração com grande imã de Jacarta

«Nenhuma preocupação adicional com a saúde do Papa», assegurou Matteo Bruni

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 31 ago 2024 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou a viagem apostólica do Papa Francisco, que começa esta segunda-feira, a quatro países – Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura – de dois continentes – Ásia e Oceânia -, entre 2 e 13 de setembro.

“Dificilmente faltará a referência ao meio ambiente. São países entre o oceano e o céu, mares e montanhas, minerais preciosos, florestas. Podemos esperar uma reflexão sobre o cuidado com a Criação e a vida digna do homem”, disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, esta sexta-feira, citado pelo portal ‘Vatican News’.

O Papa inicia na próxima segunda-feira, dia 2 de setembro, a viagem mais longa do seu pontificado, com passagens por Jacarta (Indonésia), de 3 a 6 de setembro; Port Moresby e Vanimo (Papua-Nova Guiné), de 6 a 9 de setembro; Díli (Timor-Leste), de 9 a 11 de setembro; e Singapura, de 11 a 13 de setembro.

Na Indonésia, a primeira paragem da viagem pontifícia, destacam-se dois momentos momento simbólicos, a visita à mesquita Istiqlal, “o maior edifício de culto islâmico do Sudeste Asiático”, que foi projetada na década de 1950, por um arquiteto cristão e, a partir de 2019, ficou ligada à Catedral da Assunção pelo “túnel da fraternidade”, que pretende ser um sinal de incentivo à fraternidade entre as duas comunidades religiosas.

Francisco vai visitar o ‘Túnel da Fraternidade’, com o grande imã de Jacarta, com quem vai também assinar uma Declaração Conjunta, na esteira do Documento sobre a Fraternidade Humana de Abu Dhabi, num segundo momento simbólico.

Depois, o Papa também leva “uma palavra de conforto ou encorajamento” à Papua-Nova Guiné, no encontro com os jornalistas, foram lembrados os deslizamentos de terra e conflitos tribais.

Foto: Vatican Media

Na viagem mais longa do pontificado de Francisco, “sonhada” para 2020, adiada devido à pandemia Covid-19, que inclui 44 horas de voo, percorrendo mais de 32 mil quilómetros, quatro fusos horários, o Papa vai proferir 16 discursos – 4 na Indonésia, em italiano; 5 na Papua-Nova Guiné, em italiano; 4 em Timor-Leste, em espanhol; 3 em Singapura, em italiano – podem ser incluídos tópicos a temas como o acolhimento de refugiados, que vai encontrar pessoalmente desde o início da viagem, ou o flagelo dos abusos sexuais, como perguntaram os jornalistas.

“O Papa se dirigirá às igrejas dos vários países, instando-as a viver o cristianismo que não deixa espaço para certos crimes”, disse o diretor da Sala de Imprensa.

Esta viagem Ásia-Pacífico de Francisco não é a mais longa da história dos Papas, São João Paulo II fez uma viagem de 13 dias e percorreu 48.974 km, em 1986, o Papa polaco passou pelo Bangladesh, Singapura, Fiji, Nova Zelândia e Austrália.

O Papa argentino vai passar por territórios que foram visitados por Paulo VI e João Paulo II, no início dos anos 70 e o final dos anos 80, do século XX.

“Viagens cheias de encontros nos quais a Igreja mudou de rosto; muitos jovens, muito tempo dedicado ao clero”, recordou Matteo Bruni.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé assegurou que “não há preocupações adicionais com a saúde do Papa”, que vai ter um médico e dois enfermeiros, para além do assistente pessoal de saúde Massimiliano Strappetti.

“Os protocolos de saúde já em vigor em cada Viagem Apostólica são considerados suficientes”, realçou.

O cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé), vai participar nesta viagem e os outros cardeais e arcebispos dos vários países, referiu o responsável, informa o portal online ‘Vatican News’.

OC/CB

 

 

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