D. Manuel Linda: Um ano à frente da diocese do Porto (c/vídeo)

Não se vê como um bispo de gabinete mas afirma que se andar sempre na rua não governa. É no equilíbrio que está a arte de ser bispo do Porto, uma das mais populosas dioceses do país com 22 vigararias, onde já esteve mas não com a “profundidade e frequência que desejaria”.

Destaca a ação da pastoral familiar, os jovens e universitários, a ação social da Igreja tão presente nas paróquias através das Conferências Vicentinas. A formação dos jovens e adultos será uma aposta para os próximos anos para contrariar a catolicidade por herança.
D. Manuel Linda sente-se acarinhado no Porto, diocese de portas abertas deixadas pelo seu antecessor.

Entrevista conduzida por Luís Filipe Santos

Agência Ecclesia – Está a fazer um ano que tomou posse. Uma avaliação do trabalho realizado ao longo deste ano?

D. Manuel Linda – Um trabalho de alegria. É um trabalho que supõe coordenação com outras pessoas e junção de vontades. Alguma coisa já se realizou. O saldo os outros poderão avaliar mas eu creio que é positivo.

AE – Que chagas encontrou nesta diocese?

DML – Não há chagas, apenas a necessidade de coordenar esforços porque isto é uma grande nau: tem muita gente a remar – presbíteros, diáconos, leigos, muitos leigos… Juntar toda a gente para que remem ao mesmo tempo, às vezes, é a parte mais difícil.

Claro que todos falavam do problema económico, que era real. Está em vias de solução. Trata-se de um dos aspetos em que é necessário congregar boas vontades. De resto, seguimos rumo. E o rumo é sempre esta presença cristã junto do nosso povo que responde às nossas provocações, no sentido positivo do termo. Esta caminhada-rumo dedicamos à dimensão mais visível de um cristianismo palpável.

AE – Falou na questão económica: como conseguiu resolver?

DML – É um conjunto de circunstâncias. Tivemos de reduzir despesas que não eram fundamentais sem as quais não conseguiríamos o equilíbrio.

A diocese tem muitos valores. Não alienamos património que não estava já decidido alienar, em concreto, uns apartamentos que foram construídos junto à casa sacerdotal, que contribuíram para a sua sustentabilidade e da diocese. Foi isso que se alienou até este momento.

Claro que há outro património que reequacionamos para o futuro. O que necessitar de recuperação, não temos dinheiro nem terá grande interesse para nós. Pode ser que alienemos mais alguma coisa, mas o que não é fundamental.

AE – Nos aspetos positivos e negativos: a alegria de estar nesta diocese… consta que é a maior a nível populacional.

DML – Fundamentalmente encontro muito recetividade da parte de todos, dos leigos em qualquer idade. Mas deixe-me destacar os jovens: tem sido feito um bom trabalho a nível dos jovens, universitários, em particular. Nós temos aqui um conjunto de movimentos e obras que trabalham coordenadamente. Estamos a relançar uma particular atenção à pastoral das vocações. Claro que o mundo não começa connosco. E a preocupação com as vocações já vinha detrás mas nesta fase procuramos um novo incentivo.

Tantos aspetos que considero tão positivos e válidos.

AE – Falou na pastoral universitária e juvenil: o que conseguiu incutir nestas duas realidades?

DML – Já as encontrei muito dinâmicas. Consegui, pelo menos, que não voltássemos atrás, que nos sentíssemos estimulados por uma pastoral que é urgente. Os universitários são os futuros líderes do país. E os jovens, não são o futuro, mas o presente, como diz o Papa, a realidade com que contactamos no dia-a-dia.

AE – O diálogo fé e cultura no mundo universitário, também existe.

DML – É um setor ainda não devidamente equacionado. Não nego ser um dos aspetos que tem de ser mais pensado. Neste momento não temos uma comissão diocesana a trabalhar nesse setor da cultura. As pessoas que estavam, por motivos vários, em concreto por doença de um familiar do diretor, neste momento não podem prestar acompanhamento.

Temos de repensar este sector. É um dos que está em atraso.

AE – A pastoral da cultura é uma das meninas dos seus olhos, uma vez que trabalhou nesta área?

DML – É um dos aspetos em que coloco muita confiança e esperança. E que infelizmente está atrasado.

AE – A pastoral social também lhe é cara?

DML – Também. E nós temos bons setores que trabalham nesta área, concretamente, a Obra Diocesana de Promoção Social e a Cáritas diocesana.

Temos uma novidade, praticamente a nível nacional, que é a presença, em quase todas as paróquias, das Conferências Vicentinas.

É um setor diferente. Os meus antecessores apostaram muito fortemente na pastoral social a partir das Conferências Vicentinas e têm realizado um trabalho verdadeiramente notável porque são tarefas de muita proximidade.

AE – Podemos dizer que há um Porto solidário?

DML – Há um Porto solidário que foi, é e será.

AE – O que fazem concretamente as Conferências Vicentinas e a Cáritas?

DML – As Conferências Vicentinas, para além da sua presença junto de doentes e pobres, têm centros e lares para pessoas com menos possibilidades económicas. Aquilo que as IPSS paroquiais também têm.

AE – E a Cáritas, mudou de presidente recentemente. Um jovem…

DML – A Cáritas não tem, na Diocese do Porto, a responsabilidade que tem noutras dioceses, precisamente devido às conferências vicentinas, mas está a fazer um trabalho notável ao nível da formação das pessoas para a solidariedade, para a participação nos trabalhos dos centros sociais e paroquiais, enfim, de formar para a ideia de que ser cristão é estar junto do irmão.

AE – Mas o Porto não é só a cidade, tem o seu lado rural.

DML – Eu quando falo no Porto refiro-me a toda a diocese. Claro que algumas realidades estão mais presentes na cidade, outras no lado rural, mas na minha mentalidade está a diocese como um todo.

AE – Como consegue fazer este diálogo entre o Porto citadino e mais rural?

DML – Nesta cultura de hoje que é generalizada encontramos nas franjas do Marão ou da serra da Freita os mesmos traços culturais que encontramos aqui na zona histórica do Porto. E também encontramos muitos traços de ruralidade entre habitantes do Porto nas vigararias e concelhos rurais.

É evidente que o género de pastoral do centro histórico que nos preocupa, não pode ser feito com as mesmas coordenadas numa aldeia eminentemente rural.

Estamos com uma dinâmica – aguardo resultado do trabalho que estamos a fazer – em reequacionar e avaliar o género de pastoral desenvolvido na cidade do Porto e na vigararia de Gaia norte.

AE – Já se fala numa reorganização.

DML – Não é tanto nas estruturas, mais nas mentalidades. As estruturas que herdamos do passado são válidas, em linha de princípio. Se elas se tornarem caducas, acabam por desaparecer por si. Não se enquadra num decreto de fusão de paróquias. Trata-se de perceber até que ponto os agentes que estão no terreno, podem adquirir outra mentalidade que não seja marcada pelas fronteiras geográficas mas por outras coordenadas deste tempo.

No centro histórico do Porto lidamos com um fenómeno típico que gera, depois, sub-fenómenos: o turismo. Este fenómeno não é isolado. Provoca, depois, os problemas das pessoas sem-abrigo, que sabem que podem ter algum rendimento aqui. Gera também problemas morais, como até a toxicodependência.

É esta avaliação que estamos a fazer.

AE – Os padres estão preparados para este fluxo de turistas? Eles não procuram apenas os monumentos, querem também as suas celebrações…

DML – É isso que estamos a reequacionar. Existe uma celebração de missa em alemão, mas temos necessidade urgente de ter, pelo menos, mais duas celebrações em inglês, e uma em castelhano. Se Deus quiser, isso começará ainda neste ano pastoral.

AE – E sobre o património histórico? A diocese tem contribuído para a reabilitação histórica da cidade?

DML – Hoje mesmo vamos proceder a uma inauguração simbólica de cinco templos determinantes no centro histórico da cidade que foram intervencionados e que estão voltados para o acolhimento do turismo.

Temos uma ótima relação, fora da cidade do Porto, com a Rota do Românico. Eu próprio participei na inauguração das obras de restauro de duas igrejas belíssimas, do melhor que existe a esse nível, que estão a ser usufruídas por turistas nacionais e estrangeiros. Não há nenhuma igreja do centro histórico do Porto que, neste momento esteja em ruínas. Todas estão recuperadas e estão abertas para a dimensão religiosa e turística.

AE – E o diálogo com o poder autárquico?

DML – É um diálogo normalíssimo, com as 28 câmaras que constituem o âmbito desta diocese nos seus diferentes conselhos. Com todos há relações protocolares como também de forte amizade.

AE – Deixemos as pedras mortas, voltemo-nos para as pedras vivas: pastoral da família?

DML – Está bem e recomenda-se. Está mesmo bem, graças a Deus. Temos uma comissão diocesana muito dinâmica, muito criteriosa. Claro que seguimos o espírito do Papa Francisco e que outras dioceses já avançaram. Estamos neste momento a constituir equipas, pelo menos a nível de zona, e porventura em algumas vigararias: equipas de psicólogos, diretores espirituais, técnicos de aconselhamento, para acompanharmos os casos em que possamos intervir, na certeza de que não são as nossas equipas que vão resolver o problema familiar de um momento para o outro, mas onde poderão dar um notável e notório contributo.

AE – Isto na linha da Exortação pós-sinodal Amoris Laetitia».

DML – Na linha de um documento que publicamos há dois ou três meses que segue essa linha.

AE – Essas pessoas que se sentem fragilizadas têm um ombro amigo na Igreja do Porto?

DML – Têm. Custe o que custar, aconteça o que acontecer, porque temos franjas que não veem isso com bons olhos, quase sempre fora da Diocese do Porto. Ninguém, praticamente, dentro da diocese, são quase todos de fora… Mas aconteça o que acontecer essas pessoas terão alguém que as compreenda, acolha e não as mandará para o inferno, usando uma expressão popular.

AE – Encontram no bispo do Porto e do seu clero, um ombro amigo que as acolhe?

DML – Encontram acolhimento no bispo, no clero, nos fiéis, nos leigos.

AE – O diálogo entre pastor e presbitério? Como tem sido?

DML – Muito bom, melhor até do que eu imaginava. Numa diocese tão grande pode acontecer que alguém não tenha o contacto tão personalizado com o bispo – há alguns casos desses, existe um caso ou outro de mais difícil diálogo, mas isso são casos expectáveis e normais.

AE – É difícil ser pastor no Porto?

DML – Não, é belo. Ocupa mais tempo do que nas Forças Armadas, onde estava, um setor tão simpático. Aqui ocupa mas tenho os melhores colaboradores. Tenho três bispos auxiliares que são impecáveis, pessoas de muita categoria, colaboramos muito bem. Tenho um vigário geral e colaboradores diretos muito bons. E tenho nos meios locais, as vigararias, vigários com muito zelo, muita cultura, muito conhecedores do seu clero que me facilitam imensamente a vida.

AE – Disse que era belo ser pastor do Porto, também está perto da casa do Dragão?

DML – Sabe que eu tenho responsabilidade para com todos os clubes. Além do Dragão há também o Boavista, onde já estive, e tantos outros.

AE – Sei que escreve com alguma frequência sobre temas acutilantes. Mas não costuma assinar. Porquê?

DML – Assino tudo o que é oficial e assino outros artigos que comprometem a Igreja enquanto tal. É nessa linha que uso um esquema que era típico no Vaticano, assinar com três asteriscos.

AE – Mas as pessoas sabem que o texto é seu.

DML – Sim, toda a gente sabe.

AE – Não era preferível escrever D. Manuel Linda?

DML – Não. Quando olhamos para a lua ficamos apenas a apontar para o dedo e não para a lua. O mais importante não é o nome no fim mas a ideia lá exposta.

AE – São textos pertinentes. Não tem receio de dizer a verdade?

DML – Eu escrevo não por ser bispo do Porto mas porque a minha consciência me indica que devo escrever. Neste momento só tive momentos de palmas e de louvores; pode acontecer que alguns não pensem assim mas, ainda, não se dirigiram a mim.

É nessa linha de liberdade de quem lê e de quem escreve que continuaremos.

AE – Também escreve as suas homilias ou é mais de improviso?

DML – Faço esquemas num cartão muito pequeno. Raramente escrevo porque se me cingir apenas à leitura que é mais fluía e mais agradável para quem escuta. E também não há tempo para tudo. Mas preparo-as. Eu levo sempre um papel comigo, com um esquema. Também porque se não o levar corro o risco de demorar mais.

AE – Havia uma tradição de magistério dos bispos do Porto nos documentos que escreviam. Se não assina os textos que publica no site da diocese, se não escreve as suas homilias, o que fica para a história?

DML – A história faz-se de outra maneira, por exemplo com estes vídeos. Não podemos voltar à galáxia de Gutenberg. Não são as longas homilias que salvam o mundo, não tenha ilusão. É toda uma caminhada que se faz em conjunto, não o bispo de um lado e os fieis de outro.

Eu procuro dar menos nas vistas e estar mais presente junto do meu povo, concretamente um povo organizado com o seu clero, com os movimentos e obras laicais dos dirigentes diocesanos. É nessa linha. Não é uma homilia que salva o mundo.

AE – O legado que D. António Francisco dos Santos lhe deixou foi pesado?

DML – Não. A D. António Francisco dos Santos tenho de lhe agradecer, fundamentalmente, ter aberto todas as portas, com o mundo da crença e com o mundo da indiferença. Porque ele abriu as portas, a mim compete-me não as fechar. Tenho as portas abertas que o meu antecessor deixou.

AE – Também lhe deixou um plano quinquenal.

DML – Que se esgota agora neste ano. Estamos a preparar já o próximo que, em linha de princípios, se o conselho pastoral assim o aprovar, será sobre a iniciação cristã.

AE – Os sacramentos de iniciação cristã. Porquê? Os adultos precisam de formação na vida cristã?

DML – Sim, necessitamos. Continuamos numa Igreja tradicional que vive fortemente à base de um batismo recebido quase por herança genética e depois, temos uma catequese, que nem sempre dá os resultados esperados a 100%.

A reflexão sobre iniciação cristã vai-nos projetar fundamentalmente para duas idades muito próprias: dos jovens e dos adultos. E é ai que queremos chegar.

AE – E a pastoral vocacional?

DML – Já reunimos, vamos continuar a manter como um objetivo determinante para esta Diocese do Porto. Nós encontramos tanta gente desperta para a Igreja, para o compromisso. Porque não dão mais um passo?

É verdade que temos um Seminário com 28 alunos e alguns mais em estágio. Mas para uma Igreja tão grande… o Seminário Redemptoris Matter tem 18 seminaristas e são uma esperança, uma certeza de que esta diocese vai contar com os pastores indispensáveis.

Não obstante, precisamos de continuar a investir na pastoral vocacional, aberta a outras dimensões, concretamente à dimensão missionária, à qual já era, e, por motivos próprios, me tornei mais sensível.

AE – Em 2022 Portugal acolhe as Jornadas Mundiais da Juventude. A pastoral juvenil da diocese já está mobilizada para este grande evento?

DML – Nós vamos ter uma celebração anual, típica de todas as dioceses, por altura do dia mundial da juventude, nos dias 13 e 14. Por janeiro ou fevereiro vamos ter uma celebração específica para manter vivo este interesse e a chama da juventude na relação com as Jornadas.

Evidentemente que não sabemos nós fazer outras programações a nível nacional mas estamos à espera que o Patriarcado de Lisboa nos peça colaboração indispensável.

AE – Falámos há pouco de D. António Francisco dos Santos, das portas abertas que ele deixou. Deixou também três grandes desafios: a canonização do padre Américo, Sílvia Barroso e D. António Barroso. Como estão os processos?

DML – Sobre o padre Américo, pelo que eu sei, teremos boas notícias em breve; quanto a D. António Barroso, segue em velocidade de cruzeiro, embora agora esperamos que ele faça a sua parte, que é o milagre. Vamos todos rezar muito a D. António Barroso.

Quanto à causa de Sílvia Cardoso, estive já em Roma, na Congregação da Causa dos Santos e está bem adiantada, embora talvez dos três é a que está mais atrasada.

AE – Em relação ao padre Américo, não pode adiantar mais nada?

DML – Sei que muito brevemente vai a Conselho da Congregação da Causa dos Santos, a votação das suas virtudes heróicas.

AE – Falou-se na possibilidade de abrir um processo de beatificação do seu antecessor. Deram-se passos?

DML – Essa ideia proveio da Diocese de Aveiro e não teve continuidade. Passou pouco tempo, pouco mais de um ano.

É preciso distinguir a emoção da razão. Os processos de beatificação e canonização, normalmente, não se iniciam logo após da morte de alguém.

Quando eu começar a ver e a ouvir que o povo de Deus, do Porto, e porventura de Aveiro e Lamego, onde ele foi presbítero e vigário geral, começa a “exigir” que se inicie o processo, avançaremos. Mas queria distinguir o que é da emoção típica, de uma morte inesperada, do que é verdadeiramente um sentido popular. Quando esse sentido popular sobressair, evidentemente, introduziremos o processo de beatificação do meu antecessor.

AE – Está a completar um ano na Diocese do Porto. Já conhece a diocese como a palma das suas mãos?

DML – Não, nem de longe nem de perto. Esta não é uma diocese de meter ao bolso. É uma diocese que nas suas instituições eclesiais, civis e demais, é um mundo de referências.

São 28 concelhos, 22 vigararias, algumas delas enormes, são 350 sacerdotes e mais 98 diáconos. Mais as instituições civis. Infelizmente, o que era expectável ou o que eu imaginava poder realizar quando cá chegasse, era privilegiar o encontro com os mais afastados, as periferias geográficas. Mas a realidade impôs-me outras razões. Tenho tantas vezes de estar no gabinete a despachar papéis, a ler dossiers. Não quer dizer que não tenha circulado: já estive em todas as vigararias da diocese. Mas não com a profundidade e frequência que desejaria.

AE- Sente que criou empatia com este povo?

DML – Sinto que por amabilidade do povo,  sou querido e apoiado, e às vezes me batem as palmas. Não é tanto por mim, mas pelo povo. A amabilidade e a vantagem não está na minha parte mas nas pessoas.

AE – O que sente quando lhe batem palmas? Que a sua voz lhes toca no coração?

DML – Sinto que não estou à parte, que estou com as pessoas. Que foi dito ou sentido alguma coisa que as pessoas queriam sentir naquele momento.

AE – Sente-se um bispo na linha do papa Francisco?

DML – Sou alguém que procura aprender com o Papa Francisco mas não teria a pretensão de dizer que sou ou que atingi aquela altitude tão grande típica do Papa Francisco… Nem de longe nem de perto. Para mim, é uma referência.

AE – Sente-se mais um bispo de gabinete ou de andar na rua e falar com as pessoas?

DML – Sou um bispo que tem de conciliar as duas dimensões. Se andar sempre na rua é simpático para as pessoas, mas não se governa; se estiver sempre no gabinete posso ser um executivo mas não um pastor.

Há alturas em que é preciso uma coisa e outra, conciliar as duas é preciso uma arte. Não sei se o consigo a 100%.

AE – Passou um ano. O futuro?

Continuar. Juntar o clero, que graças a Deus, é extraordinário, mas temos muitas sensibilidades: alguns sacerdotes com 93 anos ainda a paroquiar; gente de formações muito distintas, pessoas que se incardinaram na Diocese do Porto que não eram originais no nosso Seminário com outras formações… Juntar tudo é tarefa primordial.

Ligarmo-nos às vocações: precisamos de mais vocações para todos os âmbitos e concretamente para o clero diocesano.

Continuar a incentivar os leigos, que aqui os temos de primeira categoria.

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