Covid-19: Seminário de Angra tem os «párocos como aliados» no acompanhamento aos jovens seminaristas em confinamento

«Baixar ao ninho, a este ‘lava-pés constante’ que temos na nossa vida, é muito significativo» – padre Hélder Miranda

Angra, 29 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do seminário de Angra, nos Açores, padre Hélder Miranda, disse hoje à Agência ECCLESIA, que os seminaristas se encontram confinados às suas casas, nas respetivas ilhas, e os párocos têm sido “uns grandes aliados” no acompanhamento.

“Tivemos de os enviar para as suas ilhas, ficámos sete padres e um seminarista no seminário,  estamos a usar os meios à disposição, o telefone, o mail e temos aulas nas plataformas online, horários diferentes mas exige uma grande maturidade da parte deles e uma grande adesão, os párocos têm colaborado bastante, têm sido uns aliados do seminário”, conta o reitor do seminário de Angra à Agência ECCLESIA. 

Uma adaptação à realidade de formação dos 23 seminaristas, agora com “direção espiritual reduzida”, e confinados às casas de família, onde “nem sempre é fácil o acesso às novas tecnologias” mas onde a realidade vai ajudar os futuros sacerdotes. 

Parece-me que as dificuldades nos ajudam a crescer, amadurecer e ponderar decisões, penso que vai ser bom para todos mas, quem está nesta fase, altura em que temos de optar pelo que é essencial, baixar ao ninho, à família e a sensibilidade para o outro, este ‘lava-pés constante’ que temos na nossa vida, é muito significativo, e ensina como ser padres, é decisivo”.

O padre Hélder Miranda reforça ainda que “o serviço e disponibilidade para os outros” são aspetos decisivos na formação de um sacerdote e o contacto com os párocos, “que lhes servem de apoio”, também pode ajudar.

Outro aspecto que o seminário de Angra não descuidou foram as aulas de Educação Física, “que agora são dadas online, com exercícios propostos” para que os jovens seminaristas, entre os 18 e os 33 anos, se “mantenham ativos”. 

Quanto a um “futuro reencontro” o reitor do seminário deixa algumas reservas, nomeadamente aos seminaristas da ilha de São Miguel, que “estão mais confinados devido a haver vários casos de infetados de Covid-19”.

“Fomos informados que não é permitido o retorno antes de 15 de maio e depois estarão sujeitos a avaliação clínica, e os que vêm de São Miguel uma possível quarentena; se se prolongar este confinamento o ano letivo não fica comprometido mas vais er difícil retornar à normalidade”, aponta.

Seis dos seminaristas estão no 6.º ano e com “ordenações previstas a 29 de junho” que, segundo o responsável, “é uma realidade a ponderar, tratando-se de um ato importante e solene que não deve ser feito de maneira insensata”.

Os 23 alunos do seminário de Angra são originários de várias ilhas do arquipélago, com o maior número a concentrar-se em São Miguel.

SN

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