Covid-19: Papa propõe «missão de compaixão» para enfrentar a pandemia

Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2021 evoca exemplo de superação das primeiras comunidades cristãs

Cidade do Vaticano, 29 jan 2021 (Ecclesia) – O Papa propôs uma “missão de compaixão” como resposta à atual pandemia de Covid-19, numa mensagem divulgada hoje pelo Vaticano.

“Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome dum sadio distanciamento social, é urgente a missão da compaixão, capaz de fazer da distância necessária um lugar de encontro, cuidado e promoção”, refere Francisco, no texto que vai orientar a celebração do Dia Mundial das Missões 2021.

A mensagem tem como título ‘Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos’, uma passagem do livro dos Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, e evoca o exemplo de superação das primeiras comunidades cristãs.

“O mesmo se passa connosco: o momento histórico atual também não é fácil. A situação da pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças e as fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente”, indica o Papa.

Os mais frágeis e vulneráveis sentiram ainda mais a sua vulnerabilidade e fragilidade. Experimentamos o desânimo, a deceção, o cansaço; e até a amargura conformista, que tira a esperança, se apoderou do nosso olhar”.

Francisco pede “missionários da esperança” face à crise provocada pela Covid-19, reforçando a convicção de que “ninguém se salva sozinho”.

“Ninguém é estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado deste amor de compaixão”, acrescenta.

O Papa defende a necessidade de cuidar da “fragilidade”, num momento de particular sofrimento.

“A missão evangelizadora da Igreja exprime a sua valência integral e pública na transformação do mundo e na salvaguarda da criação”, aponta.

O Dia Mundial das Missões Celebra-se no penúltimo domingo de outubro (24 de outubro, em 2021).

Francisco convida a recordar, “com gratidão, todas as pessoas cujo testemunho de vida ajuda a renovar o compromisso batismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho”.

“Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários”, conclui.

OC

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